Presidente da Conafer é preso por mentir na CPMI do INSS

O presidente da Conafer (Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais), Carlos Roberto Ferreira Lopes, foi preso em flagrante durante seu depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) por mentir aos senadores. Ele negou envolvimento no esquema de fraudes bilionário descoberto pela PF (Polícia Federal) e pela CGU (Controladoria-Geral da União) em abril deste ano, mesmo após relatório apontar descontos irregulares em aposentadorias e pensões. O presidente da associação foi detido após o pedido de prisão feito pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da CPMI, e é a segunda pessoa a ser presa durante as investigações.

Durante sua oitiva, Carlos Lopes afirmou que a Conafer e seu presidente são contrários a qualquer forma de corrupção e que não possui conhecimento sobre as operações de pessoas e empresas ligadas à entidade. No entanto, foi confrontado com informações do relatório da PF que indicavam descontos acima do autorizado em benefícios do INSS, além de assinaturas falsas de falecidos para contribuições associativas. O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), questionou Lopes sobre movimentações financeiras incompatíveis com seu patrimônio, o que o presidente da Conafer negou veementemente.

A Conafer é investigada por ter aumentado significativamente os descontos em aposentadorias e pensões do INSS, saltando de R$ 400 mil para R$ 277 milhões entre 2019 e 2024. Os descontos foram feitos de forma irregular, com percentuais acima do autorizado, prejudicando aposentados e pensionistas. O relatório da PF aponta que a associação cadastrava pessoas sem autorização, com assinaturas falsificadas, para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social, em um esquema fraudulento que desviou recursos dos beneficiários.

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