Refugiados de Gaza são forçados a retornar para áreas destruídas, afirma ONU
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Durante uma visita à capital jordaniana, Amã, o comissário geral da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados Palestinos no Oriente Médio (UNRWA), Philippe Lazzarini, expressou sua preocupação com a situação na Faixa de Gaza. Em uma coletiva de imprensa conjunta com o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, Lazzarini afirmou que os habitantes do enclave se encontram em uma situação difícil e sem alternativas.
Ao questionar sobre o deslocamento dos habitantes de Rafah, cidade atacada pelas forças israelenses desde o início de maio, Lazzarini destacou que mais de um milhão de refugiados estão concentrados na cidade. Ele lamentou que não exista um local seguro para que esses refugiados possam se deslocar na Faixa de Gaza. "A questão é: para onde eles irão? Não há nenhum lugar seguro para eles na Faixa de Gaza", enfatizou.
Lazzarini denunciou que as áreas de refúgio estão superlotadas, o que resulta em pessoas sendo forçadas a retornar para áreas destruídas e sem infraestrutura, inclusive as pertencentes à UNRWA. Essa situação se agrava devido ao fato de que as agências da ONU que dependem da UNRWA para a distribuição de ajuda estão enfrentando dificuldades para entregar os poucos recursos disponíveis.
Por sua vez, o ministro Safadi destacou que é impossível substituir ou descartar a UNRWA, uma vez que nenhuma outra entidade possui os recursos e o conhecimento necessários para atender às necessidades dos refugiados palestinos. Safadi expressou sua preocupação com o fato de que nenhuma medida está sendo tomada para garantir que as agências da ONU que dependem da UNRWA para a distribuição de ajuda possam entregar os recursos limitados que chegam.
O ministro Safadi reafirmou que a situação na Faixa de Gaza continua sendo catastrófica, com o aumento da agressão em Rafah e no norte do território. Ele destacou que o primeiro passo para resolver essa crise é interromper a agressão, garantir a abertura de todas as passagens, permitir que as agências da ONU operem livremente e, posteriormente, trabalhar na reconstrução.
A UNRWA estimou que cerca de 800 mil habitantes da Faixa de Gaza foram forçados a se mudar após o início da ofensiva terrestre israelense em 6 de maio. Segundo a agência, apenas 33 caminhões de ajuda chegaram ao sul do território desde então, enquanto a população enfrenta o risco de fome e enfrenta limitações no acesso à assistência médica.