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Doença da urina preta: o que sabemos sobre a crise no Amazonas?
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Doença da urina preta: o que sabemos sobre a crise no Amazonas?

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Mega Curioso
01/09/2021 18h27
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Desde 22 de agosto, municípios do Amazonas vêm preocupando as autoridades sanitárias locais, após a confirmação de mais de 40 casos de infecções supostamente causados pela doença da urina preta, nome popular para a rara condição de Haff. Conhecida desde a década de 1920 como derivada de uma toxina de crustáceos e peixes, a patologia é responsável por destruir fibras musculares e afetar os rins, podendo levar à morte em quadros mais graves.

Em 1924, a região litorânea Könisberg Haff, próxima ao Mar Báltico, anunciou um misterioso caso de início súbito, com pacientes relatando sintomas de "rigidez muscular, frequentemente acompanhada de urina escura". Por nove anos, a condição foi se alastrando pela atual cidade de Kaliningrado, Rússia, atingindo seu pico de transmissão durante o verão e o outono a partir do aumento do consumo de pescados. 

(Fonte: Pixabay / Reprodução)(Fonte: Pixabay / Reprodução)

Assim, as décadas seguintes mostraram um crescimento substancial de populações que tiveram contato com as toxinas de peixes e crustáceos, resultando em surtos registrados na antiga União Soviética, Suécia, Estados Unidos e China. No Brasil, os primeiros relatos da enfermidade iniciaram em 2008, mas somente em 2017 houve o momento de maior gravidade, quando 71 enfermos foram diagnosticados com a doença da urina preta e quase todos os habitantes de Salvador, Bahia.

Agora, a doença de Heff volta a assustar os brasileiros, e, até 30 de agosto, 44 pessoas dos municípios de Itacoatiara, Silves, Manaus, Parintins, Caapiranga e Autazes apresentaram sintomas semelhantes, gerando suspeitas de um possível novo surto vinculado à patologia. Além disso, uma morte foi confirmada em Itacoatiara, enquanto outros dez pacientes estão internados para avaliação e tratamento.

(Fonte: Shutterstock / Reprodução)(Fonte: Shutterstock / Reprodução)

Em nota, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) comentou que segue investigando o problema, mas tranquilizou a população ao comentar que não é necessário parar de comer pescados. 

"Qualquer situação que coloque em risco a saúde das pessoas deve ser avaliada com cuidado, as pessoas devem ser tratadas da maneira mais adequada possível e temos que ter preocupação também com o aspecto econômico e nutricional", disse o infectologista Antonio Magela, da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, em Manaus. "Ainda trabalhamos no campo das hipóteses. Pode ser uma bactéria, um vírus , ou até mesmo uma toxina. As pessoas têm um quadro clínico sugestivo de intoxicação, após a ingesta alimentar, e é de evolução rápida."

Sintomas e prevenção

Entre os principais sintomas da doença de Haff, destacam-se dor no peito, falta de ar, sensação de dormência, náusea, tontura e fraqueza, além do quadro de rabdomiólise, lesões musculares causadas pela destruição das fibras na região. O nome popular da doença também é motivado pelo surgimento de uma urina de coloração preta, semelhante ao café , supostamente causada por produtos químicos produzidos por salmão, pacu, enguia e outros peixes, assim como por lagostas, lagostins e camarões.

(Fonte: Alagoas 24h / Reprodução)(Fonte: Alagoas 24h / Reprodução)

Seu tratamento consiste na aplicação de hidratação reforçada, já que a ingestão de uma grande quantidade de líquidos pode diminuir a concentração de impurezas no sangue, aliviando a atividade dos rins. Uma das grandes dificuldades da doença é a prevenção, já que é impossível detectar a presença de toxina nos pescados até que haja o surgimento dos primeiros sintomas. Nesses casos, recomenda-se procurar um hospital imediatamente e solicitar um exame de sangue.

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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