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Afegãos apagam redes sociais com medo de perseguição do Talibã
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Afegãos apagam redes sociais com medo de perseguição do Talibã

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Tecmundo
18/08/2021 20h00
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Após a recente tomada de poder do grupo Talibã no Afeganistão, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento – sigla USAID em Inglês – enviou um e-mail orientando seus parceiros a removerem "fotos e informações que podem tornar indivíduos ou grupos vulneráveis" na internet. A decisão gerou uma onda nas redes sociais afegãs em que usuários estão apagando conteúdos com medo de perseguição e represália. 

A embaixada estadunidense em Kabul, que agora está fechada, também recomendou a cautela na última sexta-feira (13), pedindo para que funcionários eliminem materiais e itens que "podem ser usados em esforços de propaganda". 

Segundo o jornalista Frud Bezhan, da Radio Free Europe/Radio Liberty, membros do Talibã estão indo de porta em porta em busca de trabalhadores do governo, soldados, policiais e até afegãos que tenham apenas colaborado com governos exteriores e ONGs. De acordo com as fontes do profissional, os combatentes estão realizando "buscas e apreensões" nas casas, confiscando documentos e armas, além do registro de nomes e endereços.

Veja no Twitter
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Taliban fighters going door-to-door in #Kabul , looking for government employees, soldiers and police, and Afghans who worked with foreign govts and NGOs, several residents tell me.

August 16, 2021

Já Monica Campbell, editora do The World, anunciou que afegãos ligados às forças dos Estados Unidos estão escondendo documentos que apontam para essa parceria e que são necessários para o processo de evacuação do país. 

Veja no Twitter
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Hearing from Afghans who have worked for US forces that they are hiding documents that show they worked for the U.S. - documents that could be dangerous if their home is raided, but documents they may need to show if they hope to be evacuated while visas are still in process.

August 16, 2021

Um dilema perigoso e sem muitas orientações

"O desafio é como você consegue balancear o acesso à informação, como o que está acontecendo em aeroportos ou se pessoas estão procurando o seu contato, com a eliminação de evidências que podem ser usadas pelo grupo para incriminá-lo e torná-lo como exemplo", disse Welton Chang, Oficial de Tecnologia da Human Rights First, uma ONG de direitos humanos, em entrevista ao Wired.

A instituição de Chang elaborou um guia para eliminação de históricos digitais. Originalmente disponível apenas em inglês, a iniciativa surgiu durante os protestos em Hong Kong e recebeu uma tradução não oficial em árabe no domingo (15). 

"Eu estava procurando orientações de segurança digital em Dari e Pachto (línguas faladas no Afeganistão) e encontrei poucas. Nenhuma era realmente boa e compreensível", disse Nighat Dad, advogada de Direitos Digitais no Paquistão, que agora trabalha com a Human Rights First para traduzir o guia. "Nós que trabalhamos nessa área também somos cúmplices. Acho que não fizemos o suficiente para essas pessoas", complementou. 

Muhibullah – nome fictício para proteção da privacidade –  é um tradutor que trabalhou com empresas ocidentais e com o exército estadunidense. Falando para a Wired, ele informou que removeu todos os contatos de estrangeiros do WhatsApp. "Se me revistarem e checarem meu celular, podem encontrar as minhas coisas".

A Human Rights First também está criando um guia para evitar ferramentas de reconhecimento facial e biometria. "Rumores dizem que o Talibã conseguiu acesso a um banco de dados de biometria do exército estadunidense durante a tomada do país". A instituição confessa que não sabe a veracidade da informação e nem o suposto alcance do banco de dados.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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