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Bebê com DNA de 3 pessoas? Entenda avanço da ciência que pode acabar com doenças herediárias
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Bebê com DNA de 3 pessoas? Entenda avanço da ciência que pode acabar com doenças herediárias

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Anamaria
20/07/2025 19h30
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Um novo avanço da ciência pode mudar o futuro da reprodução humana e da medicina genética. O Reino Unido realizou com sucesso a fertilização de bebês com DNA de três pessoas diferentes — e a técnica, apesar de polêmica, tem um objetivo claro: evitar doenças hereditárias graves que não têm cura.

O método foi desenvolvido pela Universidade de Newcastle e já está em uso sob regulamentação legal. O país foi o primeiro do mundo a aprovar uma lei específica para permitir esse tipo de procedimento, em votação realizada pelo Parlamento britânico em 2015.

Como funciona a técnica?

A técnica começa com um processo comum de fertilização in vitro, em que o óvulo da mãe é fertilizado com o espermatozoide do pai. Esse embrião contém o DNA principal do casal, que determina características como cor dos olhos e altura.

Mas em alguns casos, a mãe carrega mutações nas mitocôndrias — estruturas celulares que não ficam no núcleo, mas que também contêm DNA. Essas mutações podem causar doenças genéticas muito graves no bebê.

Bebê com 3 DNAs? Entenda. Foto: FreePik
Bebê com 3 DNAs? Entenda. Foto: FreePik

Para contornar esse risco, os cientistas realizam uma segunda fertilização: o espermatozoide do pai também é usado para fertilizar o óvulo de uma doadora saudável. Em seguida, o núcleo do embrião formado com o óvulo da mãe é transferido para o óvulo da doadora, que contém mitocôndrias sem mutações.

O embrião resultante tem o DNA principal da mãe e do pai, mas as mitocôndrias da doadora. Por isso, é considerado que o bebê carrega DNA de três pessoas — embora mais de 99% do material genético venha de seus pais biológicos.

Resultados já são promissores

Vinte e dois casais participaram da pesquisa no Reino Unido. A técnica resultou em oito nascimentos saudáveis: quatro meninos e quatro meninas. O mais velho já tem 2 anos, o mais novo tem 4 meses. Uma das mulheres ainda está grávida.

Os cientistas publicaram os dados na revista científica New England Journal of Medicine, uma das mais prestigiadas do mundo. Eles apontam que os resultados são animadores, especialmente para famílias que correm o risco de transmitir doenças genéticas fatais para os filhos.

Questões éticas ainda dividem opiniões

Apesar dos avanços, o procedimento levanta preocupações éticas importantes. Como a alteração genética nas mitocôndrias é permanente, ela será transmitida para as futuras gerações. Isso gera um debate sobre os limites da intervenção humana no material genético.

De um lado, defensores da técnica destacam que ela pode erradicar doenças genéticas devastadoras, que afetam cerca de um a cada cinco mil bebês. De outro, há quem tema que a manipulação genética abra caminho para formas de edição do DNA com objetivos não médicos, como a criação de “bebês sob medida”.

Um marco da ciência

A discussão sobre o tema no Reino Unido começou em 2007, após a morte de um bebê chamado Lily, vítima de uma doença mitocondrial. Desde então, cientistas e famílias passaram a pressionar por alternativas reprodutivas seguras. Agora, mães que participaram da pesquisa relatam gratidão à ciência por terem conseguido realizar o sonho de ter filhos saudáveis.

Resumo:
Uma nova técnica de fertilização in vitro, desenvolvida no Reino Unido, permitiu o nascimento de oito bebês saudáveis com o DNA de três pessoas: mãe, pai e uma doadora. O objetivo é evitar doenças genéticas ligadas às mitocôndrias. Embora promissora, a técnica gera debates éticos por envolver alterações genéticas permanentes.

 

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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