Chuva de meteoros ilumina o céu nos próximos dias com espetáculo duplo

Olhar para o céu nos próximos dias pode render um espetáculo raro e encantador. Duas chuvas de meteoros — Alpha Capricornídeos e Delta Aquáridas — devem iluminar o firmamento com dezenas de riscos luminosos, visíveis a olho nu em regiões de baixa poluição luminosa.

Segundo o Observatório Nacional, instituto vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), os picos desses fenômenos ocorrem entre os dias 29 e 31 de julho, mas ainda poderão ser observados até meados de agosto.

A Delta Aquáridas é a primeira a atingir o auge: entre a noite desta terça-feira, 29, e a madrugada de quarta, 30, ela poderá ser vista com mais intensidade, com até 20 meteoros por hora.

Já a Alpha Capricornídeos, que também está ativa desde o início do mês, terá seu pico entre as noites de quarta, 30, e quinta-feira, 31, oferecendo um espetáculo mais modesto, porém visualmente impactante, com cerca de cinco meteoros por hora.

Apesar da taxa mais baixa, os meteoros da Alpha Capricornídeos são conhecidos por serem lentos e muito brilhantes, o que pode aumentar o impacto visual. "É uma chuva que compensa em qualidade o que falta em quantidade", explica o Observatório.

Como e Quando

O melhor horário para observar ambas as chuvas é a partir da meia-noite até o amanhecer. A recomendação é buscar um local escuro, longe das luzes urbanas, com céu aberto e o horizonte livre de obstáculos.

Embora os meteoros possam surgir em qualquer parte do céu, mirar as regiões das constelações de Capricórnio e Aquário — de onde parecem se originar — pode aumentar as chances de avistamento.

Segundo o UOL, a visibilidade neste ano será favorecida pela Lua: durante o pico da Delta Aquáridas, ela estará apenas 30% iluminada; no auge da Alpha Capricornídeos, a iluminação lunar será de cerca de 20%, o que deve reduzir o brilho de fundo e realçar os meteoros.

O que são?

Chuvas de meteoros ocorrem quando a Terra atravessa regiões do espaço repletas de fragmentos deixados por cometas ou asteroides. Ao entrarem na atmosfera, esses detritos queimam devido ao atrito, criando os riscos luminosos conhecidos como "estrelas cadentes".

No caso da Delta Aquáridas, os fragmentos são originários do cometa 96P/Machholz. Eles viajam a cerca de 40 quilômetros por segundo, o que contribui para a intensidade do brilho. Já os meteoros da Alpha Capricornídeos têm velocidade estimada de 22 quilômetros por segundo.

Além do encantamento visual, as chuvas de meteoros têm valor científico importante. Permitem que pesquisadores monitorem detritos espaciais que podem representar risco para satélites, sondas e missões espaciais.

Esses fragmentos também ajudam a contar a história do Sistema Solar: muitos são compostos por material primitivo, remanescente da formação dos planetas. Alguns podem até conter traços de Marte ou da Lua, segundo especialistas.

"Esses eventos não são apenas bonitos. Eles revelam fragmentos da história do universo", afirma o Observatório Nacional.