Cientistas descobrem que respiração é tão única quanto impressão digital

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Um grupo de neurocientistas do Instituto de Ciências Weizmann, em Israel, revelou que cada pessoa possui um padrão exclusivo de respiração nasal — uma "assinatura respiratória" comparável à impressão digital.
O estudo pioneiro, publicado na revista científica Current Biology na última quinta-feira, 12, demonstra que a respiração de um indivíduo pode ser reconhecida com precisão de até 96,8%, após 24 horas de monitoramento contínuo.
Para chegar a esse resultado, a equipe desenvolveu um dispositivo portátil e discreto, capaz de registrar o fluxo de ar separadamente em cada narina durante um dia inteiro, inclusive durante o sono.
O aparelho coletou dados detalhados, como pressão, volume, frequência, ritmo, pausas entre respirações, simetria nasal e o tempo gasto em inspiração e expiração. A análise dos dados, feita por meio do protocolo BreathMetrics, revelou 24 parâmetros distintos que permitiram identificar cada um dos 97 participantes do experimento.
Além da identificação biométrica, os cientistas descobriram correlações surpreendentes entre o padrão respiratório e o estado de saúde dos voluntários. Indivíduos com índice de massa corporal (IMC) mais elevado apresentaram ritmos respiratórios diferentes dos de IMC mais baixo, enquanto aqueles que relataram sintomas de ansiedade mostraram respiração curta, irregular e com maior variação durante o sono.
Segundo Noam Sobel, coautor do estudo, essa relação levanta a hipótese de que o modo como respiramos pode influenciar diretamente o estado mental, e não apenas ser um reflexo dele.
Possibilidades
Segundo o 'Metrópoles', o achado abre caminho para o uso da respiração como ferramenta não invasiva de diagnóstico precoce para distúrbios como ansiedade, depressão, disfunções neurológicas, metabólicas e problemas do sono.
Mais do que isso: a equipe israelense já estuda se é possível treinar pacientes para imitar padrões respiratórios saudáveis, como forma de tratamento para melhorar o bem-estar mental e emocional.
"Queremos ir além do diagnóstico para o tratamento, e estamos cautelosamente otimistas", afirmou Sobel em comunicado.


