Como poeira de asteróide afetou a Terra e os dinossauros

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Uma pesquisa publicada na revista Nature Geoscience em 2023 chamou atenção ao reforçar a ideia de que a extinção dos dinossauros, ocorrida há 66 milhões de anos, foi significativamente influenciada pela poeira de silicato resultante do impacto de um asteroide.
Segundo o estudo, esse material teria escurecido o céu da Terra por aproximadamente 15 anos, causando uma drástica queda nas temperaturas e a extinção de cerca de 75% das espécies então existentes.
Os autores do estudo explicaram que partículas finas de pó, provenientes da rocha pulverizada após o impacto do asteroide Chicxulub, ficaram suspensas na atmosfera durante um longo período.
Isso resultou em uma redução das temperaturas médias do planeta em até 15°C. Essa descoberta reforçou teorias anteriores que sugeriam uma mudança climática severa como consequência do evento catastrófico.
Historicamente, as investigações sobre a extinção dos dinossauros ganharam destaque quando os cientistas Luis e Walter Álvarez propuseram, nos anos 1980, que a queda de um asteroide teria coberto o planeta com poeira e levado à alteração climática.
Entretanto, essa hipótese enfrentou ceticismo até a identificação da cratera de Chicxulub, localizada na península de Yucatán, no México, uma década depois.
Embora teorias mais recentes tivessem se concentrado no enxofre liberado durante o impacto ou na fuligem resultante dos incêndios subsequentes como os principais responsáveis pela escuridão prolongada e pelo resfriamento global, o estudo atual aponta para a poeira como fator primordial.
O coautor Ozgur Karatekin, do Observatório Real da Bélgica, destacou à AFP, em 2023, que partículas de pó encontradas em jazigos fósseis na Dakota do Norte mediam entre 0,8 e 8 micrômetros e permaneceram suspensas por tempo suficiente para causar impactos significativos no clima da Terra.
Os pesquisadores utilizaram modelos climáticos contemporâneos para simular as condições atmosféricas da época e descobriram que a maior parte da matéria em suspensão era composta por poeira (75%), seguida por enxofre (24%) e fuligem (1%).
Essas partículas tiveram um efeito devastador sobre a fotossíntese das plantas, levando a um colapso catastrófico do ecossistema terrestre.
Com essas novas evidências, o estudo não apenas reaviva discussões sobre as causas da extinção dos dinossauros, mas também ressalta a complexidade das interações entre eventos cataclísmicos e suas consequências ambientais duradouras.


