Home
Tecnologia
Domesticação de gatos possivelmente começou com sacrifícios no Egito antigo
Tecnologia

Domesticação de gatos possivelmente começou com sacrifícios no Egito antigo

publisherLogo
Aventuras Na História
16/04/2025 16h00
icon_WhatsApp
icon_facebook
icon_email
https://timnews.com.br/system/images/photos/16507724/original/open-uri20250416-18-7vlfs5?1744820176
©Getty Images
icon_WhatsApp
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE

Hoje, os gatos estão entre os animais domésticos mais comuns e com mais adeptos pelo mundo. Porém, o que muitos pesquisadores ainda buscam desvendar é como se estabeleceu a relação entre humanos e gatos, bem como a domesticação dos felinos.

Recentemente, dois estudos publicados na plataforma bioRxiv levantaram a hipótese de que a domesticação de gatos começou no Egito antigo; porém, inicialmente, eles não eram pensados como animais de estimação, mas sim como oferendas para serem sacrificados.

Durante algum tempo, já pensou-se que a domesticação de gatos começou no Egito, pelo fato de que esses animais eram venerados em alguns cultos há milênios por lá. Porém, em 2001, essa teoria teve uma reviravolta depois que foi descoberta em uma vila agrícola no Chipre o esqueleto de um gato enterrado ao lado de um humano, em uma tumba de 9.500 anos — tornando a ligação entre gatos e humanos mais de 4 mil anos mais antiga que se pensava.

Porém, ao analisarem o esqueleto do felino, os pesquisadores descobriram que o animal ali enterrado possivelmente não era um gato doméstico (Felis catus) como conhecemos hoje, mas sim um gato-selvagem-europeu (Felis silvestris), uma espécie maior e mais robusta, sem uma ligação direta com os gatos de estimação.

Com a descoberta, os cientistas reavaliaram fósseis que anteriormente foram classificados como pertencentes a gatos domésticos antigos encontrados ao longo das regiões central e sudeste da Europa. "Quando você olha para os ossos, eles são enormes, e frequentemente são encontrados longe de assentamentos humanos", explica à revista Science o cientista arquelógico da Universidade de Exeter, no Reino Unido, Sean Doherty.

Com isso, caiu a hipótese de que os gatos foram domesticados há mais de 9 mil anos, pelos primeiros agricultores; e os pesquisadores voltaram o protagonismo nessa história ao Egito antigo.

Sacrifícios?

Conforme repercute a Revista Galileu, os fósseis mais antigos de gatos domésticos conhecidos datam de entre 500 a.C. e 0 a.C., período que, segundo um dos estudos, ocorreu o renascimento do culto à deusa Bastet no Egito. Esta era uma divindade associara à fertilidade e à saúde, frequentemente retratada com uma cabeça de gato.

Por isso, no estudo, os pesquisadores acreditam que os felinos que eram mumificados na época serviam, a princípio, como oferendas religiosas. E com a demanda crescente por gatos, surgiram "gatis" (como se fossem canis, mas para felinos), onde havia um suprimento constante de gatos para as pessoas.

"É o caminho assassino da domesticação", afirma o biólogo evolucionista da Universidade de Oxford, Greger Larson. "Eventualmente, alguns egípcios podem tê-los acolhido em suas casas como animais de estimação. Quando os gatos se aproximam a ponto de se tornarem próximos, o relacionamento se torna muito próximo, muito rápido".

No entanto, vale mencionar que também há quem questione a teoria, apontando o fato de já existirem representações artísticas de gatos vivendo em lares egípcios desde 1.500 a.C., bem antes do auge do culto a Bastet.

Apesar da nova hipótese, os pesquisadores reforçam que ainda são necessários novos estudos e revisões para confirmar se os sacrifícios de gatos realmente tiveram um papel no processo de domesticação.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
icon_WhatsApp
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE
Confira também