Escorpião da Colômbia surpreende cientistas ao 'cuspir' veneno como defesa

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Uma recente descoberta científica revelou uma nova espécie de escorpião sul-americano com uma habilidade de defesa inusitada: a capacidade de pulverizar seu veneno. Essa característica, até então observada apenas em alguns gêneros de escorpiões norte-americanos e africanos, desafia os conhecimentos sobre o comportamento desses animais.
A nova espécie, batizada de Tityus achilles, foi encontrada nas montanhas da floresta tropical de Magdelena, na Colômbia. O pesquisador Léo Laborieux, autor do estudo publicado no Zoological Journal of the Linnean Society, observou que, quando ameaçados, esses escorpiões não se limitam a picar. Eles são capazes de projetar seu veneno a uma distância de até 36 centímetros, direcionando-o para os olhos e nariz de seus predadores.
"A pulverização de veneno é uma estratégia energeticamente custosa", explica Laborieux ao 'Live Science'. "Isso sugere que existe uma forte pressão evolutiva para que essa habilidade seja vantajosa para a sobrevivência desses animais."
Essa técnica de defesa, conhecida como toxungia, já havia sido observada em outros animais, como cobras cuspidoras. No entanto, a combinação de veneno e peçonha em um mesmo organismo é uma característica rara. Enquanto o veneno é absorvido pelo corpo através de contato ou ingestão, a peçonha é injetada por meio de um ferrão ou outro órgão especializado.
Eficácia
O T. achilles possui ambas as habilidades, podendo tanto injetar quanto pulverizar seu veneno. A injeção direta garante a eficácia do veneno, mas expõe o escorpião a riscos. Já a pulverização é menos arriscada, pois não exige contato físico direto, mas também é menos precisa e os efeitos do veneno são menos intensos.
Segundo o 'Live Science', os pesquisadores acreditam que a pulverização de veneno seja uma estratégia eficaz contra predadores vertebrados, como aves e pequenos mamíferos. As toxinas, ao atingirem os olhos e nariz, podem causar irritação e dor, afastando o predador.
"Essas toxinas precisam atingir tecidos muito sensíveis para realmente fazer efeito. Para que isso faça sentido, o predador tem que ser um vertebrado", concluiu Léo.


