Home
Tecnologia
'Estrela zumbi' capaz de destruir átomos humanos intriga cientistas
Tecnologia

'Estrela zumbi' capaz de destruir átomos humanos intriga cientistas

publisherLogo
Aventuras Na História
24/04/2025 14h21
icon_WhatsApp
icon_facebook
icon_email
https://timnews.com.br/system/images/photos/16512804/original/open-uri20250424-18-1fl5p1c?1745507825
©Divulgação/ESA
icon_WhatsApp
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE

Uma estrela com um passado misterioso está disparando pela Via Láctea a mais de 177 mil km/h. Trata-se de SGR 0501+4516, um raro magnetar — tipo extremo de estrela de nêutrons com um campo magnético tão intenso que, segundo especialistas, poderia destruir átomos humanos à distância. Apelidado de "estrela zumbi", o objeto é um dos apenas 30 magnetares conhecidos na galáxia.

Essa estrela extraordinária foi detectada pela primeira vez em 2008, a cerca de 15 mil anos-luz da Terra. Agora, um novo estudo publicado na revista Astronomy & Astrophysics revelou que ela está se movendo a uma velocidade muito maior do que os cientistas imaginavam. A descoberta veio após uma análise de dados do Telescópio Espacial Hubble e da missão Gaia, da Agência Espacial Europeia.

Com um campo magnético estimado em 100 trilhões de vezes mais forte que o da Terra, o SGR 0501+4516 está entre os objetos mais magnéticos do universo, segundo informações do portal Live Science.

Se ele "voasse pela Terra a metade da distância da Lua, seu intenso campo [magnético] acabaria com todos os cartões de crédito do nosso planeta", disse a NASA em um comunicado. A mesma nota alerta que, a 1.000 km de distância, o magnetar teria efeito semelhante a um "raio da morte" da ficção científica, desintegrando átomos no corpo humano — mas tranquiliza ao afirmar que não há risco de aproximação com o Sistema Solar.

A origem dessa estrela, no entanto, ainda intriga os cientistas. Acreditava-se que ela teria se formado após a explosão de uma supernova próxima — o remanescente HB9 —, mas os dados mais recentes apontam que o magnetar está se movendo rápido demais e na direção errada para ter saído desse evento.

"Traçar a trajetória do magnetar milhares de anos no passado mostrou que não havia outros remanescentes de supernova ou aglomerados estelares massivos com os quais ele pudesse ser associado", informou a NASA.

Nova hipótese

Diante disso, os pesquisadores sugerem uma nova hipótese: SGR 0501+4516 pode ter surgido a partir do colapso direto de uma anã branca — o núcleo remanescente de uma estrela exaurida —, sem a explosão clássica de uma supernova.

"Normalmente, o cenário [de supernova] leva à ignição de reações nucleares e à explosão da anã branca, sem deixar nada para trás. Mas foi teorizado que, sob certas condições, a anã branca pode entrar em colapso em uma estrela de nêutrons. Achamos que pode ser assim que [este magnetar] nasceu", explicou Andrew Levan, coautor do estudo e astrônomo das universidades Radboud (Holanda) e Warwick (Reino Unido).

Essa nova forma de nascimento também poderia explicar a origem de algumas rajadas rápidas de rádio — sinais enigmáticos vindos de galáxias antigas, onde já não há mais estrelas explodindo. Ainda assim, os pesquisadores alertam: é preciso reunir mais dados para confirmar essa teoria.

"As taxas de natalidade magnéticas e os cenários de formação estão entre as questões mais prementes na astrofísica de alta energia, com implicações para muitos dos eventos transitórios mais poderosos do universo", concluiu Nanda Rea, coautora do estudo e astrofísica do Instituto de Ciências Espaciais de Barcelona.

+ Confira aqui o estudo completo.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
icon_WhatsApp
icon_facebook
icon_email
PUBLICIDADE
Confira também