Lagartos noturnos sobreviveram ao asteroide que extinguiu dinossauros

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Lagartos noturnos misteriosos conseguiram sobreviver ao impacto do asteroide que, há cerca de 66 milhões de anos, extinguiu os dinossauros e devastou a vida na Terra.
Segundo um novo estudo publicado na revista Biology Letters, esses pequenos répteis da família Xantusiidae viviam nas proximidades do que hoje é o Golfo do México, perto da atual Península de Yucatán — justamente onde o asteroide colidiu com o planeta. Incrivelmente, eles não apenas sobreviveram à catástrofe, como ainda mantêm representantes vivos na mesma região atualmente.
O asteroide, com cerca de 12 quilômetros de diâmetro, causou o evento de extinção em massa do Cretáceo-Paleógeno (K-Pg), exterminando cerca de 75% das espécies da Terra. Ainda assim, duas linhagens dos xantusídeos resistiram ao impacto, mesmo estando próximas da zona de destruição.
Segundo Chase Brownstein, principal autor do estudo e doutorando da Universidade de Yale, esses lagartos provavelmente estavam "à margem do impacto". Os cientistas ainda não sabem ao certo como eles resistiram, mas sugerem que seu metabolismo lento pode ter sido uma vantagem crucial, permitindo longos períodos sem alimentação.
De acordo com a Live Science, esses lagartos medem apenas alguns centímetros e vivem escondidos em microhabitats como fendas de rochas, vegetação densa e sob cascas de árvores.
Usando datação por relógio molecular, os pesquisadores descobriram que o ancestral comum mais recente desses lagartos surgiu há cerca de 90 milhões de anos, no período Cretáceo, o que confirma que os xantusídeos já habitavam a região antes da colisão do asteroide.
Novos gêneros
O estudo também revelou que uma das linhagens deu origem aos gêneros Xantusia e Lepidophyma, encontrados do sudoeste dos EUA à América Central. A outra linhagem originou o gênero Cricosaura, representado hoje apenas pelo lagarto noturno cubano (Cricosaura typica).
Embora outros animais também tenham sobrevivido à extinção K-Pg — como aves e mamíferos — os xantusídeos são o único grupo de vertebrados terrestres conhecidos a permanecer endêmico na América do Norte e Central desde o impacto.
Segundo Brownstein, outras linhagens, como algumas tartarugas e lagartos, podem ter resistido inicialmente, mas não sobreviveram até os dias atuais. "Então, o que é interessante é que os xantusídeos persistiram e permaneceram endêmicos na região", afirmou o pesquisador.


