O acidente em planetário que resolveu 'enigma' do Sistema Solar por acaso

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Cientistas solucionaram um dos enigmas mais persistentes do sistema solar graças a uma fonte inusitada: a produção de um show de projeções em um planetário em Nova York, Estados Unidos.
Enquanto preparavam a exibição “Encontros na Via Láctea” no Museu Americano de História Natural, pesquisadores notaram algo curioso em uma cena que retratava a Nuvem de Oort — uma região distante, além de Plutão, composta por bilhões de objetos gelados.
Conhecida por lançar cometas em direção à Terra, a Nuvem de Oort sempre foi considerada uma esfera ou uma concha deformada. Mas, ao projetar os dados na cúpula do planetário, os cientistas notaram uma espiral inesperada na região interna da nuvem.
“Por que há uma espiral ali?”, questionou Jackie Faherty, da curadoria do museu, em fala repercutida pelo The Independent. A forma lembrava a estrutura em disposição espiral da Via Láctea, algo nunca antes associado à Nuvem de Oort.
Implicações
O museu entrou em contato com o pesquisador David Nesvorny, responsável pelos dados usados na visualização. Também surpreso, ele reconheceu o achado como um acidente científico fortuito. A descoberta, baseada em simulações e dados sobre movimentos celestes, foi publicada no The Astrophysical Journal no início deste ano.
Segundo o cientista Andre Izidoro, da Rice University, que não participou da pesquisa, a espiral representa “uma mudança impressionante” na compreensão do sistema solar exterior. Confirmar a forma espiral diretamente será difícil, mas o estudo das órbitas dos cometas pode fornecer novas pistas, repercute o jornal britânico.
A exposição, narrada pelo ator Pedro Pascal, exibe também fusões galácticas e outros fenômenos cósmicos. Mas foi o compromisso com a precisão científica que possibilitou esse achado, segundo Carter Emmart, diretor do show. “Você nunca sabe o que vai encontrar”, concluiu ao The Independent. A nova descoberta, por fim, pode ser um marco no estudo da natureza de corpos cósmicos.


