O raro fóssil encontrado por estudante que pode mudar a ciência

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Uma descoberta feita por um estudante da Rogers State University (RSU), nos Estados Unidos, está despertando grande interesse entre cientistas e colecionadores de fósseis ao redor do mundo.
Durante uma visita a um sítio paleontológico pouco antes das férias de primavera, Kolby Dooling, estudante de geologia, encontrou um fragmento de amonita — um molusco marinho extinto há cerca de 66 milhões de anos — cuja concha exibe um brilho iridescente semelhante ao de uma pedra preciosa.
O achado chamou a atenção do professor Chris Shelton, que acompanhava a atividade de campo. Segundo ele, a preservação excepcional da concha indica que se trata de um raro exemplo de amolita, uma gema orgânica formada a partir de fósseis de amonitas. Ao contrário de gemas tradicionais como diamantes ou safiras, que têm origem geológica, a amolita é de origem biológica — assim como o âmbar e a pérola.
O brilho colorido e metálico da amolita não é causado por pigmentos, mas pela estrutura microscópica da aragonita fossilizada. Essa estrutura interage com a luz de forma semelhante ao que acontece nas asas de borboletas ou nas penas de pavões, criando um efeito de arco-íris fascinante.
Qualidade extraordinária
Dada a qualidade do fóssil, o local da descoberta pode vir a ser classificado como um Fossil Lagerstätte — uma designação dada a sítios com preservação fóssil extraordinária. Até o momento, apenas um local com aragonita original da mesma época é conhecido: o Buckhorn Asphalt Lagerstätte, também em Oklahoma.
Segundo o jornal Correio Braziliense, Shelton e Kolby Dooling continuam investigando a área e coletando mais amostras, incluindo restos de tubarões e invertebrados raros. Em parceria com o E. Troy Raspbury, da Stony Brook University, a equipe pretende publicar um artigo científico ainda este ano. O local exato da descoberta, no entanto, está sendo mantido em sigilo para garantir sua proteção.
A descoberta destaca a importância da participação ativa de estudantes em pesquisas de campo. Segundo Shelton, permitir que alunos contribuam diretamente com o avanço da ciência é essencial para sua formação e para o progresso do conhecimento. Se confirmadas, as descobertas podem ampliar a compreensão sobre a fossilização e a formação de gemas orgânicas, além de incentivar novas buscas por fósseis com características semelhantes.


