Poeira lunar é menos prejudicial do que poluição de cidades, aponta estudo

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Um estudo conduzido pela Universidade de Tecnologia de Sydney (UTS), na Austrália, trouxe novas informações sobre os riscos da poeira lunar para a saúde humana. A pesquisa, publicada em fevereiro de 2025 na revista Life Sciences in Space Research, foi motivada pelo avanço do programa Artemis, da NASA, que pretende estabelecer presença humana na Lua nos próximos anos.
A preocupação com a saúde dos astronautas não é recente. Durante as missões Apollo, astronautas relataram irritação respiratória após inalarem poeira levada para dentro dos módulos de aterrissagem.
Para investigar os riscos, os cientistas da UTS utilizaram dois novos simuladores de poeira lunar, conhecidos como LMS-1 e LHS-1, que imitam com precisão as partículas presentes nas regiões de mares e terras altas da Lua. Em laboratório, eles expuseram células pulmonares humanas, tanto dos brônquios quanto dos alvéolos, às partículas desses simuladores.
De acordo com o portal Galileu, os resultados foram comparados aos efeitos causados por partículas de poluição atmosférica coletadas de uma rua movimentada de Sydney.
O estudo revelou que a poeira lunar pode causar danos mecânicos às células devido ao seu formato irregular e pontiagudo, mas, ao contrário da poluição terrestre, ela não provocou altos níveis de estresse oxidativo, condição química que está diretamente ligada à toxicidade celular. As partículas da atmosfera urbana, por outro lado, geraram uma resposta inflamatória muito mais severa.
Risco menor
Segundo Michaela B. Smith, principal autora da pesquisa, as descobertas indicam que a poeira lunar, embora possa provocar irritação, apresenta um risco muito menor de causar doenças pulmonares crônicas, como a silicose, frequentemente associada à inalação prolongada de poeira de sílica em ambientes de mineração e construção civil.
Smith destacou que a diferença entre uma irritação temporária e uma toxicidade de longo prazo é fundamental: "Qualquer pó, se você inalar, vai espirrar, tossir e ter alguma irritação. Mas [poeira lunar] não é tão tóxica quanto a sílica, que pode causar silicose por ficar 10 anos em um canteiro de obras. Não vai ser algo assim", explicou.
Apesar dos resultados tranquilizadores, os pesquisadores reforçam que mais estudos são necessários para analisar diferentes regiões da Lua. Enquanto isso, a NASA continua investindo em soluções para proteger os astronautas da poeira lunar durante futuras missões.


