Satélites europeus criam inéditos eclipses solares artificiais

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A Agência Espacial Europeia (ESA) revelou nesta semana as primeiras imagens de eclipses solares artificiais, criados com sucesso por dois satélites na órbita da Terra. A apresentação aconteceu durante o Paris Air Show, na França, e marca um avanço inédito na observação da coroa solar — a atmosfera externa do Sol.
Lançados ao espaço no fim de 2024, os satélites fazem parte da missão Proba-3, que visa estudar o Sol com um nível de detalhe sem precedentes. Desde março, a dupla tem realizado eclipses simulados a cerca de 60 mil quilômetros acima da Terra.
Como funcionou?
Para isso, um dos satélites bloqueia a luz solar, imitando o papel da Lua em um eclipse total natural, enquanto o outro, equipado com um telescópio, registra imagens detalhadas da coroa solar.
O diferencial do experimento está na precisão extrema da formação: os satélites mantêm uma distância de apenas 150 metros entre si e voam com uma margem de erro de apenas um milímetro — o equivalente à espessura de uma unha.

Essa sincronia é mantida de forma totalmente autônoma, sem intervenção da Terra, utilizando tecnologias como navegação por GPS, rastreadores estelares, lasers e comunicação via rádio.
Até o momento, já foram realizados 10 eclipses artificiais bem-sucedidos, incluindo um que durou cinco horas, de acordo com fala de Andrei Zhukov, cientista-chefe do Observatório Real da Bélgica, repercutida pelo g1. A expectativa é que, a partir de julho, a fase científica permita criar eclipses de até seis horas de duração.
A missão de US$ 210 milhões busca superar as limitações dos eclipses naturais, que ocorrem, em média, apenas uma vez a cada 18 meses e duram apenas alguns minutos.
Criando eclipses artificiais mais longos e frequentes, os cientistas esperam obter dados inéditos sobre a dinâmica e estrutura da coroa solar, contribuindo para a compreensão de fenômenos como tempestades solares e ventos solares — que podem afetar diretamente a tecnologia e os sistemas de comunicação na Terra.


