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Segredo de antigo pigmento azul maia é revelado em nova pesquisa
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Segredo de antigo pigmento azul maia é revelado em nova pesquisa

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Aventuras Na História
06/05/2025 13h50
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©Licença Creative Commons/Arian Zwegers
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Em 1931, arqueólogos descobriram em exploração a um sítio arqueológico maia um impressionante pigmento azul, que chamaram de "azul maia". Essa coloração chamou bastante atenção logo de cara, pois era utilizado para pintar de tudo, desde cerâmicas a sacrifícios humanos, durante o período Pré-clássico Tardio (300 a.C. a 300 d.C.), e pouco desbotou como tempo.

Esse pigmento, por sua vez, é uma mistura de índigo orgânico e um mineral de argila inorgânico chamado palogorsquita, revelaram análises de sua composição. Porém, o que chama mais atenção é que, além da intensidade da cor, ela manteve sua vivacidade após milhares de anos, mesmo em meio às florestas tropicais áridas do sul do México e da Guatemala.

Por décadas, embora soubessem da composição, pesquisadores tentaram decifrar como essa tinta era fabricada. E em 2008, descobriram após análises de vestígios de pigmento em cerâmicas encontradas em Chichén Itzá — famoso sítio maia na Península de Yucatán — que o segredo para a cor era um incenso sagrado chamado copal que, quando aquecido junto a uma mistura de índigo e paligorsquita, produzia o pigmento único.

Quem descobriu isso foi o pesquisador Dean Arnold, curador adjunto de antropologia do Museu Field em Chicago. E neste último mês de abril, na reunião anual da Sociedade de Arqueologia Americana, em Denver, ele apresentou a descoberta de um segundo método para criar o azul maia — sua pesquisa foi publicada em seu livro 'Maya Blue' (University Press of Colorado, 2024).

Ruínas maias em Chichén Itzá / Crédito: Getty Images

Novo segredo

Após uma análise de uma dúzia de tigelas encontradas em Chichén Itzá, Dean Arnold percebeu que havia um resíduo branco nos recipientes, que provavelmente era palogorsquita moída quando molhada, que deixou vestígios nas pequenas fraturas deixadas pelos instrumentos de moagem nos potes. Mas um exame microscópico revelou ainda a existência de pequenos caules de plantas queimados, e indicações de que as bases das tigelas foram aquecidas por baixo.

Consequentemente, as observações dessas tigelas fornecem evidências de que os antigos maias usavam esse método como uma segunda maneira de criar o azul maia", pontua Arnold na apresentação do caso.

À Live Science, Arnold ainda relatou que o azul maia não era apenas uma tinta bonita para os antigos maias, mas que também era parte de sua herança cultural. "Esta é uma descoberta genial que eles fizeram, e aparentemente o conhecimento sobre ela era limitado a especialistas como sacerdotes", afirma o pesquisador.

Ele ainda acrescenta que acredita que o azul maia era especialmente importante para os sacrifícios feitos ao deus maia da chuva, Chaak, nos períodos de seca. Arnold afirma que o resultado da mistura de índigo, paligorsquita e copal "talvez também seja uma encarnação do deus da chuva, Chaak, nesta tigela depois de aquecida".

Porém, ainda não foi completamente esclarecido como os maias produziram esse pigmento azul. Agora, Arnold espera que pesquisas futuras incluam um estudo microscópico de restos vegetais encontrados nas tigelas, a fim de determinar se o gênero e a espécie que geraram a tinta podem ser determinados.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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