Estudo revela que vírus de infecções respiratórias podem "despertar" células cancerígenas

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Um estudo inovador realizado por cientistas do Centro Médico Montefiore Einstein e de outras renomadas instituições nos Estados Unidos e nos Países Baixos identificou uma conexão entre infecções respiratórias comuns, como gripe e covid-19, e o despertar de células cancerígenas latentes. Publicado na revista Nature, o estudo apontou que essas infecções podem acionar células metastáticas dormentes, o que pode abrir caminho para o desenvolvimento de novos tumores. Esta descoberta reforça a importância de estratégias preventivas, especialmente para pacientes em remissão.
De acordo com as conclusões do estudo, infecções respiratórias, incluindo covid-19 e gripe, foram capazes de despertar células cancerígenas de mama que haviam se espalhado para os pulmões, resultando na formação de novos tumores metastáticos. Pesquisadores expuseram modelos de camundongos com câncer de mama metastático ao Sars-CoV-2 e ao vírus da influenza, observando uma notável expansão de células metastáticas nos pulmões dias após o contágio, seguida do surgimento de novos tumores em apenas duas semanas.
A análise molecular realizada pelas equipes científicas revelou que as células tumorais latentes são despertadas principalmente pela interleucina-6 (IL-6), uma proteína que, em excesso, pode desencadear processos inflamatórios negativos. Em experimentos com animais, medicamentos que bloqueiam a IL-6 conseguiram evitar a recidiva do câncer, sugerindo um possível caminho terapêutico no futuro. A análise de grandes bancos de dados também corroborou a associação entre infecções respiratórias e risco aumentado de recidiva metastática em pacientes em remissão de câncer.
Estudos observacionais conduzidos nos Estados Unidos e nos Países Baixos mostraram um risco elevado de mortalidade relacionada ao câncer em pacientes em remissão que testaram positivo para o Sars-CoV-2. Mulheres com câncer de mama que contraíram a covid-19 apresentaram quase 50% mais chances de desenvolver progressão metastática para os pulmões em comparação com aquelas que foram diagnosticadas com câncer, mas não contraíram o coronavírus. Os resultados destacam a importância da imunização contra infecções virais respiratórias como medida preventiva para pacientes com histórico de câncer.
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