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Alquimia? Cientistas conseguem 'transformar' chumbo em ouro; saiba mais
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Alquimia? Cientistas conseguem 'transformar' chumbo em ouro; saiba mais

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Tecmundo
12/05/2025 17h00
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©Getty Images
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Um grupo de cientistas utilizou o Grande Colisor de Hádrons (LHC), da Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN), para “transformar” chumbo em ouro entre 2015 e 2018.

Em um artigo publicado na revista científica Physical Review C, os pesquisadores afirmam que o LHC conseguiu produzir 86 bilhões de núcleos de ouro a partir de núcleos de chumbo acelerados a altíssimas velocidades.

Apesar de "bilhões de núcleos" parecer muita coisa, é importante destacar que isso não significa a criação de uma barra de ouro. Na prática, os experimentos produziram apenas trilionésimos de grama do metal.

Para chegar nessa produção, os cientistas aplicaram uma técnica que calcula o número de prótons associados aos nêutrons que interagem com o chumbo. Para isso, além do LHC, eles utilizaram o ALICE (Colisor de Íons) e os ZDCs (Calorímetros de Zero Grau) do CERN.

"Graças às capacidades únicas dos ZDCs do ALICE, a presente análise é a primeira a detectar e analisar sistematicamente, de forma experimental, a assinatura da produção de ouro no LHC", disse a associada da colaboração ALICE e coautora do estudo, Uliana Dmitrieva, em comunicado oficial.

Transformando chumbo em ouro

O chumbo e o ouro são elementos relativamente próximos na tabela periódica: o chumbo possui número atômico 82 e o ouro, 79. O número atômico representa a quantidade de prótons no núcleo de um átomo; ou seja, o chumbo tem um núcleo com 82 prótons e o ouro, com 79 prótons.

Teoricamente, se você conseguir remover três prótons do núcleo de um átomo de chumbo, ele passaria a ter 79 prótons. Assim, o chumbo se "transformaria" em um átomo de ouro.

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O instrumento ALICE, instalado no Grande Colisor de Hádrons (LHC), foi um dos detectores responsáveis pela “transformação” do chumbo em ouro. (Fonte: CERN)

Foi isso que o estudo conseguiu demonstrar. Contudo, os cientistas não realizaram esse processo de forma totalmente controlada, apenas observaram que ele ocorreu durante o experimento.

Ao acelerar os átomos de chumbo até quase a velocidade da luz, eles passam por um cenário de "quase colisão" que gera um campo eletromagnético intenso. Nesse processo, são produzidos fótons (partículas de luz) que atingem os átomos de chumbo, provocando vibrações no núcleo capazes de expulsar prótons e nêutrons.

"É impressionante ver que nossos detectores conseguem lidar com colisões frontais que produzem milhares de partículas, sendo também sensíveis a colisões em que apenas algumas partículas são produzidas por vez, permitindo o estudo de raros processos de "transmutação nuclear" eletromagnética", explica outro autor do estudo e porta-voz do ALICE, Marco Van Leeuwen.

Mesmo sendo um feito histórico para a ciência, isso não significa que o LHC seja capaz de produzir ouro em alta quantidade. Na verdade, os experimentos realizados entre 2015 e 2018 geraram uma quantidade de ouro menor do que um grão de areia. Ou seja, a ciência continua longe de criar uma “galinha dos ovos de ouro”.

A transmutação de ouro no colisor de hádrons é um processo incrível, mas a origem desse metal precioso é muito mais antiga e cósmica. Quer saber mais? Entenda de onde vem todo o ouro da Terra . Até a próxima!

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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