Mamógrafo baseado em micro-ondas criado por brasileiros oferece exame indolor e eficaz

Tecmundo






Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) desenvolveram um novo dispositivo para exames das mamas que usa micro-ondas no lugar do raio-X e dispensa a necessidade de compressão do peito da mamografia convencional. A novidade, revelada recentemente, também possui custo baixo.
Apresentando formato que lembra um sutiã, o aparelho foi inspirado em um mecanismo semelhante ao dos radares. Ele transmite um sinal e, ao recebê-lo de volta, usa ondas eletromagnéticas para registrá-lo, permitindo a formação da imagem que pode ajudar no rastreamento do câncer de mama .

Como funciona a mamografia por micro-ondas?
A tecnologia criada pelos pesquisadores brasileiros é baseada em ondas iguais às emitidas por celulares e fornos micro-ondas, além do Bluetooth, de acordo com o professor do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da USP, Bruno Sanches. Isso torna o sistema menos agressivo à saúde.
Ainda de acordo com o líder do projeto, a tecnologia se diferencia da mamografia atualmente usada por oferecer diferentes ângulos de registros, “da ordem de, talvez, 64, ou até centenas de ângulos”, afirmou ao site da USP. Ele também disse que o método lembra o exame de ultrassom .
Outro detalhe sobre o mamógrafo desenvolvido pelos especialistas da USP e do IFSP é que ele possui uma utilidade ainda maior no caso das mulheres com seios densos. Nelas, o exame convencional pode falhar, dificultando a detecção dos tumores, caso eles existam.

Custo reduzido e outras vantagens
Desenvolver um equipamento acessível para todos, que permita o acompanhamento constante da saúde , é outro objetivo do projeto. Enquanto uma máquina de mamografia tradicional pode custar até US$ 240 mil, o equivalente a R$ 1,3 milhão pela cotação do dia, o protótipo exige gastos de apenas US$ 175, ou R$ 997, para ser produzido.
Além do menor custo de produção, a novidade não depende de um radiologista para ser operada, o que também ajuda a tornar o exame mais barato, de uma forma geral. Outra vantagem é a realização do procedimento sem a utilização de qualquer medicamento ou contraste químico.
Vale destacar, ainda, a mobilidade, oferecendo facilidades para transportar o equipamento para qualquer lugar, inclusive áreas remotas nas quais o acesso aos hospitais não é tão simples. Os pesquisadores planejam até mesmo criar uma versão doméstica do aparelho, que permitiria o autoexame.
“A gente fica muito feliz de colocar o Brasil no mapa dos seletos países que têm essa tecnologia. São bem poucos. Hoje em dia a mamografia é uma tecnologia que pode ser muito benéfica”, explicou Sanches. No momento, o dispositivo ainda está em fase de testes.
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