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Trump cria reserva estratégica de criptomoedas nos EUA; entenda
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Trump cria reserva estratégica de criptomoedas nos EUA; entenda

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Tecmundo
08/03/2025 11h00
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©Getty Images
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta semana a criação de uma reserva estratégica no país feita a partir de criptomoedas. A ordem executiva foi assinada pelo político e empresário.

Citada como promessa de campanha, a criação é um passo no plano de Trump para tornar os EUA a "capital do mundo em criptomoedas". A administração anterior de Joe Biden foi rígida com o setor, pedindo maior regulamentação e sendo mais incisiva em investigações de possíveis fraudes. Já a vitória do adversário republicano fez a bitcoin até bater recordes de valor de mercado a partir do fim de 2024.

Essa é a primeira vez que ela é reconhecida como um ativo de reserva do Tesouro dos EUA, em um caso ainda raro de uso governamental da criptomoeda. O caso mais famoso é o de El Salvador, que até tornou a bitcoin em uma moeda oficial do país. Até o momento, porém, não há informações detalhadas sobre qual é o tamanho do fundo de reserva do país em criptomoedas e nem quando ela será de fato implementada.

Como funciona a reserva estratégia de criptomoeda nos EUA

A reserva principal de criptomoedas dos EUA será formada apenas por bitcoins e serve como uma espécie de depósito de dinheiro. David Sacks, nomeado por Trump como especialista da Casa Branca no setor e em inteligência artificial (IA), comparou o projeto ao Fort Knox — depósito de ouro do governo que é também uma base militar altamente protegida.

Esse tipo de reserva pode ser composto por diferentes moedas ou até produtos, como petróleo. Ele é mantido principalmente para diversificar as fontes de receita e fundos de um governo, além de proteger determinadas quantias contra riscos.

O montante é composto apenas por unidades da moeda digital que já estão em posse do Departamento do Tesouro dos EUA, normalmente obtidos a partir de investigações ou apreensões em processos criminais ou de vara cível, como questões trabalhistas e comerciais. 

Outras instituições públicas ainda vão avaliar a transferência de recursos para a reserva. Além disso, o governo não vai vender o estoque em moeda mesmo se ela estiver em um período de alta, já que será usada como um recurso permanente. Por outro lado, Trump confirmou o desenvolvimento de estratégias para aquisição de mais criptomoedas serão desenvolvidas por secretarias especializadas, sendo que não há planos para fazer isso em curto prazo.

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Imagem: Freepik.com

O presidente garantiu ainda que a medida não tem qualquer impacto ou custo adicional em forma de impostos à população. Além desse projeto, uma reserva paralela será estabelecida com outras criptomoedas menos populares, incluindo nomes como Ethereum, solana, cardano e XRP.

A estimativa de Sacks é de que haja 200 mil bitcoin em posse do governo, o que seria o equivalente atual a US$ 17,7 bilhões (ou cerca de R$ 102 bilhões em conversão direta de moeda).

Mercado reagiu de forma mista

Apesar de um período momentâneo de alta pela empolgação do mercado na regulamentação, a reação à criação do fundo de reserva de Trump não foi recebido com unanimidade pelo setor de criptomoedas.

Investidores e especialistas consultados pela BBC criticaram a medida, em especial pela falta de detalhes sobre o funcionamento do projeto a longo prazo. As principais questões levantadas incluem o fato de Trump não liberar compra e venda de forma imediata. Na prática, isso transforma o fundo em uma espécie de cofre criado para "segurar" bitcoins que poderiam estar em circulação, apenas aproveitando recursos que já estavam em posse do governo.

Além disso, a atuação de um governo como o dos EUA em criptoativos sem a devida transparência nas ações pode resultar em mudanças arbitrárias do mercado. Como resultado, o preço da bitcoin chegou a cair 5% após o anúncio e retornou ao patamar do dia anterior após poucas horas — sendo que a expectativa era justamente de um aumento considerável.

Como funciona a bitcoin

A bitcoin é uma moeda virtual e descentralizada, sem controle de governos ou instituições financeiras, que iniciou o mercado de criptomoedas baseadas em blockchain.

Negociada a partir de corretoras e fintechs ou obtida a partir do processo conhecido como mineração, que é também um auxílio na validação de transações, ela pode ser usada como ativo de investimentos pelo preço flutuante e também como dinheiro normal para a realização de pagamentos e transferências. Entretanto, a volatilidade no valor faz com que ela seja considerada uma operação de maior risco.

 

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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