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Os mitos por trás da vida e morte de Harry Houdini
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Os mitos por trás da vida e morte de Harry Houdini

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Aventuras Na História
15/06/2025 13h00
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Se até hoje as pessoas são facilmente fascinadas por apresentações de ilusionismos e simples truques de mágica, muito disso se deve a um dos maiores nomes desse campo em toda a história: o escapologistas e ilusionistas Harry Houdini.

Mesmo tendo seu estrelato no fim do século 19 e início do século 20, até hoje ele é lembrado por escapar de situações praticamente impossíveis, e realizar acrobacias que desafiavam a própria morte, sendo detentor de capacidades quase sobrenaturais. Mas para ele, seu trabalho era apenas baseado em inteligência, razão e preparação meticulosa.

Conheça a seguir mais detalhes sobre a vida, a carreira e a misteriosa morte de Harry Houdini:

Origem pobre

Ehrich Weiss nasceu no dia 24 de março de 1874 em Budapeste, na Hungria, sendo de uma família judia. Porém, ele migou ainda jovem para Wisconsin, nos Estados Unidos, onde seu pai lutou para sobreviver.

De maneira geral, durante a infância, Ehrich Weiss era de uma família pobre, que enfrentava todas as dificuldades esperadas da época em suas condições. Mas uma chave girou em sua vida aos sete anos, quando se tornou um frequentador assíduo de circos.

Porém, quando seu pai adoeceu, começou a desejar ainda mais por sucesso, e em 1883, com apenas 9 anos, montou seu primeiro circo improvisado com meninos de sua vizinhança, apresentando-se como trapezista. Nessa época, o menino sonhador já se proclamou como "Príncipe do Ar".

No entanto, o pai de Ehrich falhou em sua tentativa de trabalhar como rabino, e por isso a família acabou se mudando para uma favela de Nova York. Mas o amor do garoto por ilusionismo e truques já havia nascido, e ele não só seguiu praticando o que já conhecia, como também treinou levantamento de peso, natação e boxe ao longo de sua vida, assumindo ainda uma variedade de trabalhos braçais, para conseguir sobreviver.

Harry Houdini em 1890 e em 1906 / Crédito: Getty Images

Ascensão circense

Eventualmente, Ehrich também conheceu, através de um amigo, o mágico francês Jean-Eugène Robert-Houdin, considerado o pai da mágica moderna. E foi na década de 1890 que Ehrich adotou um novo nome artístico, Harry Houdini, homenageando o mágico americano Harry Kellar, mas, acima de tudo, dando continuidade ao legado de Houndin — mas dando seu próprio toque ao nome, adicionando um "i".

Assumindo esse novo manto, Houdini e seu irmão mais novo — que adotou o nome artístico de Theodore "Dash" Hardeen — montaram um circo itinerante, no qual apresentavam números de equilibrismo, encantadores de serpentes e dançarinas do ventre.

Com o circo, a dupla inclusive conseguiu a aclamação que tanto sonhou com seu número mais característico, "Metamorphosis" — apresentado pela primeira vez em 1893 —, em que Dash amarrou Houdini e o colocou em um saco, que foi colocado dentro de um baú. Porém, em um rápido fechar e abrir de cortinas, o público se surpreendia ao revelar que Dash e Houdini trocaram de lugar sem que ninguém percebesse.

Mas os dois não seguiriam juntos por tanto tempo: em apenas um ano, Dash foi substituído por Wilhelmina Beatrice Rahner, mais conhecida como Bess, uma jovem cantora e dançarina com quem Houdini se casou apenas três semanas após se conhecerem. Juntos, eles passaram a se chamar de Houdinis, e ela foi sua parceira mágica e assistente de palco pelo resto da vida.

Mas a ambição de Houdini ainda não tinha acabado. Mesmo que suas apresentações fossem populares, os lucros ainda eram poucos, e o ilusionista sabia que precisava encontrar uma maneira de chamar ainda mais atenção para si.

Antigas fotografias de Harry Houdini / Crédito: Getty Images

Rei das algemas

Outra experiência valiosa que Houdini teve ao longo de sua vida foi como aprendiz de chaveiro. Isso porque lhe garantiu o conhecimento necessário para uma de suas habilidades pelas quais mais ficou conhecido: escapar de correntes e algemas.

Era comum que, sempre que chegasse a uma nova cidade, Houdini alertasse a imprensa local, e logo em seguida ligasse para uma delegacia. Lá, pedia para ser algemado e trancado em uma cela, mas, para a surpresa de todos, conseguia escapar em apenas alguns minutos.

Toda essa cobertura não só ajudou a promover seus espetáculos, como tornou seu nome cada vez mais conhecido. Até que, em 1899, Houdini recebeu uma oferta do empresário Martin Beck para se apresentar fixamente em seus teatros — o que lhe garantiu uma renda substancial, e uma verdadeira carreira como mágico.

O sucesso o levou posteriormente a se apresentar até na Grã-Bretanha, em 1900, e na Rússia em 1903. E com isso também surgiram vários admiradores, imitadores e céticos — que Houdini queria cativar cada vez mais, com apresentações cada vez mais surpreendentes.

A partir de 1908, sua marca registrada nas apresentações era ser trancado em um grande tanque de leite cheio de água, de forma que, caso não conseguisse escapar, certamente morreria afogado. Em 1912, o tanque foi substituído pela famosa cela de tortura com água, sendo ainda acorrentado e submerso de cabeça para baixo.

Inclusive, suas capacidades eram tão impressionantes, que ele até mesmo estrelou no cinema do início do século passado. Por exemplo, no filme 'The Grim Game', de 1919, a trama acompanha um escapista interpretado por Houdini.

Harry Houdini / Crédito: Getty Images

Destino e legado

No auge de sua carreira, Houdini alegava que, com seus truques, sua "principal tarefa" era "vencer o medo". E para isso, ele se submetia a um "autotreinamento tortuoso" para evitar o pânico nas situações extremas que se colocava.

Até hoje, muitos biógrafos questionam o que o impulsionava a tanto sofrimento em prol de suas apresentações. Alguns acreditam que isso seria uma forma de lidar com o trauma por ser um pobre judeu estrangeiro nos Estados Unidos, sendo alvo de insultos antissemitas; além de também querer contradizer, com seu corpo musculoso, o estereótipo de que os judeus eram fisicamente fracos.

Outro fato relevante é que, embora muita gente dissesse que ele fazia mágica, Houdini criticava o espiritualismo, considerando isso como algo fraudulento, e em vez disso dizia que sua barreira se baseava em um racionalismo extremo diante da morte. Porém, nem mesmo ele pôde escapar de suas garras.

Em outubro de 1926, quando estava em Montreal, no Canadá, para fazer uma apresentação na Universidade McGill, Houdini foi questionado por um aluno sobre a força de seu abdômen e se ele podia suportar socos. Ao responder que sim, o estudante logo o socou no estômago, deixando o ilusionista com muita dor, por não estar preparado para o golpe.

Curiosamente, apenas alguns dias após esse episódio, em 31 de outubro de 1926, ele faleceu em Detroit, encerrando sua carreira aos 52 anos. A causa de sua morte foi peritonite, causa por uma apendicite — e até hoje há incertezas se o soco foi fatal ou se a condição não se relaciona, sendo apenas uma trágica coincidência.

Conforme repercute a National Geographic, em seu testamento, Houdini deixou seus pertences e adereços de apresentações ao seu irmão, Dash, solicitando que fossem todos queimados após sua morte.

Ao longo dos anos, muitos mitos se espalharam sobre Harry Houdini, inclusive alguns que o associam a performances paranormais. E mesmo que todas as suas apresentações, como ele mesmo dizia, fossem muito cunhadas na racionalidade, certamente a aura sobrenatural continua permeando sua figura, colocando-o em um patamar próprio no mundo do ilusionismo.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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