Último vídeo de Sebastião Salgado antes de morrer vem à tona

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O mundo se despede de um dos maiores nomes da fotografia mundial, Sebastião Salgado, que morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos. Reconhecido internacionalmente por sua obra humanista e impactante, o profissional era admirado por muitos. Após a triste notícia de seu falecimento, a última aparição pública do fotógrafo veio à tona.
No final de fevereiro deste ano, Sebastião Salgado surgiu em um vídeo nas redes sociais para agradecer a escola de samba Independente de Boa Vista, que o homenageou durante o Carnaval de Vitória, no Espírito Santo.
"Prezadas amigas e amigos, venho agradecer a homenagem maravilhosa que eu recebi da escola Boa Vista, em Cariacica, no carnaval de Vitória, no Espírito Santo. Foi uma homenagem sublime, pura, ligada ao povo. Lindo samba!", começou ele na publicação.
"Fiquei felicíssimo com uma pequena ala do Movimento dos Sem Terra (MST), porque eu respeito muito. É uma das maiores organizações sociais de toda a América Latina, talvez a maior dos últimos cem anos, e conseguiu centenas de milhares, senão milhões de famílias tendo uma terra para trabalhar", acrescentou.
"Vivendo de forma digna e criando propriedades rurais ecológicas, usando produtos sem veneno e plantando árvores. Talvez o Movimento dos Sem Terra seja o maior plantador de árvores do Brasil. Fiquei mais feliz ainda porque nós ganhamos o carnaval. Agradeço demais a todos os membros da Boa Vista, pelo bom gosto e pela maneira fenomenal de chegar ao povo. Muito obrigado", concluiu.
Quem foi Sebastião Salgado?
Sebastião Salgado foi um dos maiores fotógrafos brasileiros e uma referência mundial no fotojornalismo humanitário. Nascido em Aimorés, Minas Gerais, em 1944, formou-se em Economia pela Universidade de São Paulo e pela Sorbonne, em Paris. Iniciou sua carreira fotográfica em 1973, após abandonar um cargo na Organização Internacional do Café.
Ao longo de sua trajetória, viajou por mais de 120 países, produzindo imagens em preto e branco que retratam a dignidade humana em contextos de guerra, pobreza e desigualdade social. Seus trabalhos mais emblemáticos incluem as séries Trabalhadores, Êxodos e Gênesis, que foram amplamente divulgadas em livros e exposições internacionais.
Além de sua contribuição artística, Salgado foi também ambientalista: em 1998, fundou o Instituto Terra, em Minas Gerais, com sua esposa Lélia Wanick Salgado, dedicado à recuperação ambiental da região do Vale do Rio Doce. Seu legado foi reconhecido com diversos prêmios, incluindo sete World Press Photo e o Prêmio Príncipe de Astúrias das Artes, em 1998.


