Aos 75 anos, morre Angela Ro Ro, ícone da música brasileira e pioneira na luta LGBTQIA+

A renomada cantora Angela Maria Diniz Gonçalves, conhecida artisticamente como Angela Ro Ro, faleceu nesta segunda-feira (8), aos 75 anos. Ela estava internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Silvestre, no Cosme Velho, Zona Sul do Rio de Janeiro, desde o dia 17 de junho, lutando contra uma grave infecção pulmonar. Angela Ro Ro deu entrada no hospital para realizar uma traqueostomia, procedimento necessário para auxiliar na passagem de ar para os pulmões. No último mês de julho, a cantora iniciou um tratamento de reabilitação vocal e fisioterapia para a voz.

Angela Ro Ro foi uma figura icônica na música brasileira, tendo iniciado sua carreira artística nos bares noturnos do Rio de Janeiro e alcançado projeção nacional com o álbum de estreia "Angela Ro Ro", lançado em 1979. Seus sucessos, como "Amor Meu Grande Amor" e "Tola Foi Você", conquistaram o público e a consolidaram como um dos principais nomes da indústria musical do país. Além de seu talento musical, a cantora também se destacou por seu ativismo em prol da comunidade LGBTQIA+, sendo uma das primeiras vozes a lutar contra a lesbofobia.

A trajetória de Angela Ro Ro foi marcada por momentos controversos, como seu relacionamento com a cantora Zizi Possi nos anos 1980, que terminou de forma conturbada com acusações de agressão. Essa polêmica resultou no lançamento do álbum "Escândalo" em 1981, refletindo a intensidade de sua vida pessoal e profissional. A artista também era conhecida por sua sinceridade ao falar sobre seus problemas financeiros, chegando a pedir apoio aos fãs durante a pandemia, revelando uma renda mensal de 800 reais proveniente dos direitos autorais de suas músicas.

O legado de Angela Ro Ro permanecerá vivo não apenas em sua música, mas também em sua coragem em levantar bandeiras importantes e em sua autenticidade ao lidar com os desafios da vida. Sua voz única e seu engajamento social continuarão inspirando gerações, deixando uma marca indelével na história da cultura brasileira. A cantora deixa não apenas um legado artístico, mas também um exemplo de resistência e autenticidade para seus fãs e admiradores.

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