O filme live-action que poderia ter sido uma animação da Disney

Com mais de cem anos de trajetória, a Disney trouxe filmes como “A Branca de Neve e os Sete Anões” (1937), que acompanha a jornada da princesa perseguida pela madrasta devido à beleza que carrega, ou “Peter Pan” (1953), a qual acompanha a aventura do menino que nunca cresce, títulos que, apesar de apresentarem enredos diferentes, têm algo em comum: são todos adaptações de histórias que surgiram primeiro nos livros.

Essa característica se repete em diversos outros projetos do estúdio como “Pinóquio” (1940), “101 Dálmatas” (1961), “A Bela e a Fera” (1991) e “A Princesa e o Sapo” (2009), por exemplo, que são versões animadas de tramas que surgiram nas páginas por autores como Carlo Collodi , Dodie Smith, Jeanne-Marie Leprince e Irmãos Grimm.

Ainda assim, para que uma história ganhe espaço em um formato diferente ao que surgiu, são necessárias várias etapas, as quais vão desde a aquisição dos direitos até a produção final, resultando em um novo material com características semelhantes ao original, ou ainda, no descarte da produção no meio de algum dos estágios da adaptação.

O último caso aconteceu com um enredo criado para ser disposto nas livrarias que deveria ter sido transformado em uma animação pela Disney, mas que não chegou à última fase e acabou recebendo um novo destino: se tornou uma adaptação live-action!

Qual é o título descartado pela Disney?

A trama em questão é “Onde Vivem os Monstros”, livro de 1963 escrito e ilustrado pelo norte-americano Maurice Sendak, cujo texto foi criado com inspiração na juventude do autor, retratando ainda a infância vivida por ele no Brooklyn, nos Estados Unidos, bem como a relação que compartilhava com os pais.

Os direitos da obra foram comprados pela Disney enquanto o estúdio vivia um período de instabilidade após a morte de Walt Disney (1901 — 1966), conhecido como “Era Sombria” ou “Era das Sombras” (1970 — 1988), em que as tramas lançadas tinham um ar mais introvertido tanto na narrativa, quanto no visual, o qual foi marcado por linhas de contorno mais grossas nos cenários e personagens.

Assim, o projeto parecia se encaixar com as tentativas de ousar do estúdio e, em 1983, segundo o The Guardian, a Disney realizou uma série de testes de imagens geradas por computador baseados em “Onde Vivem os Monstros” — os quais podem ser achados online pelos fãs mais curiosos em plataformas de reprodução de vídeo.

Já segundo o portal Legião dos Heróis, ao ver o quão custoso seria realizar uma animação com cenários feitos em CGI na época, a empresa acabou engavetando o projeto, fazendo com que a história nunca ganhasse uma versão animada pelo estúdio.

Vale lembrar que o primeiro longa-metragem completamente feito por meio de computação gráfica foi “Toy Story”, lançado mais de uma década depois pela Disney e Pixar, em 1995.

A adaptação live-action

Apesar de não ter ganhado uma versão animada, “Onde Vivem os Monstros” ganhou uma ópera infantil, a qual ganhou forma através da parceria entre o compositor britânico Oliver Knussen e o criador do livro, a qual tem a apresentação realizada no Proms, no Royal Albert Hall, em Londres, em 2002, como uma das mais notáveis, além de um live-action.

A versão com atores reais surgiu em 2009 sob o comando do cineasta Spike Jonze. Lançado pela Warner Bros. Pictures , o filme tem a seguinte descrição no site da produtora:

“O filme conta a história de Max, um garoto indisciplinado e sensível que se sente incompreendido em casa e foge para onde vivem os Monstros. Max desembarca em uma ilha onde conhece criaturas misteriosas e estranhas cujas emoções são tão selvagens e imprevisíveis quanto suas ações.

Os Monstros anseiam desesperadamente por um líder que os guie, assim como Max anseia por um reino para governar. Quando Max é coroado rei, ele promete criar um lugar onde todos sejam felizes.

Max logo descobre, porém, que governar seu reino não é tão fácil e que seus relacionamentos lá se mostram mais complicados do que ele imaginava.”

“Onde Vivem os Monstros” está disponível para aluguel e compra na Apple TV, Prime Video, YouTube e Google Play.

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