Renato Paiva nega que Textor interferiu em escalação

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Demitido pelo Botafogo na noite deste domingo (29), após a eliminação nas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2025 , o técnico Renato Paiva falou pela primeira vez sobre sua saída. Em entrevista ao jornalista Paulo Vinicius Coelho, do UOL, o treinador português fez questão de descartar qualquer tipo de interferência direta de John Textor, acionista majoritário do clube, nas decisões sobre a escalação.
“Interferir na escalação, diretamente, comigo não. Porque ele, ou qualquer presidente, ou diretor que disser ‘tem que jogar este ao invés deste’, no segundo a seguir, ele fica sem treinador. Tenho 23 anos de trajetória, 23 anos que me trouxeram até aqui, e vai ser assim que vou morrer”, declarou Paiva, em tom firme.
Renato Paiva e John Textor: relação turbulenta
Ao longo da temporada, a relação entre Renato Paiva e John Textor foi alvo de especulações, principalmente durante momentos de oscilação do Botafogo no Campeonato Brasileiro e em outras competições. Paiva reconheceu que o investidor norte-americano costumava manifestar insatisfações com escolhas táticas, mas negou veementemente qualquer imposição sobre a equipe titular.
“Ele não gostava de algumas opções, transmitia aos diretores. Não gostar é legítimo. Mas dizer ‘jogue este ao invés deste’, não. Isso nunca fez, nem tinha hipótese”, garantiu o português.
Renato Paiva também detalhou como eram suas conversas com a cúpula alvinegra e reforçou que sempre manteve autonomia técnica no comando do elenco. “Nunca tive presidente ou diretor que dissesse ‘vai ter de jogar este no lugar deste’, nunca. Perguntam: ‘Mas este, por quê? Este não seria melhor?’ Mas, no final, respeitam. Este (Textor) mandava recado pelos diretores, mas não interferia diretamente na escalação. Podia não gostar — ele às vezes não gostava de uma ou outra opção — mas a mim ele não disse.”
Em tom categórico, Paiva deixou claro que não aceitaria nenhum tipo de interferência explícita em suas decisões, e que sua saída seria imediata caso isso ocorresse. “Interferência direta não teve, nem ele, nem ninguém. Nunca, nunca vai ter, porque, como eu te disse: no segundo seguinte, eu vou-me embora e digo para ele treinar. Já que ele quer ser treinador, treine ele”, concluiu.


