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Saúde mental na gravidez: cuidar das emoções também é cuidar do bebê
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Saúde mental na gravidez: cuidar das emoções também é cuidar do bebê

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Anamaria
10/07/2025 22h03
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Durante a gestação, é comum ouvir frases como “gravidez não é doença” ou “depois que o bebê nascer, tudo melhora”. Mas, na prática, a experiência materna envolve muito mais do que isso. As mudanças físicas, hormonais e sociais que marcam esse período exigem atenção especial à saúde mental na gravidez, que continua sendo um tema cercado de dúvidas e tabus.

Para esclarecer os principais mitos e verdades sobre o assunto, conversamos com a psicóloga perinatal Rafaela Schiavo, fundadora do Instituto MaterOnline.

Cuidar da saúde mental na gravidez protege também o bebê

A saúde mental na gravidez vai além do bem-estar da gestante. De acordo com Rafaela, sentimentos como estresse constante, ansiedade ou tristeza profunda podem impactar diretamente o desenvolvimento do bebê ainda no útero. Além disso, esses fatores influenciam no vínculo após o parto e até mesmo na amamentação.

Portanto, cuidar das emoções nesse período não é um luxo — é uma forma de garantir um início de vida mais saudável para toda a família.

Tristeza no pós-parto é sempre passageira?

Nem sempre. Embora muitas mulheres passem pelo chamado baby blues — uma oscilação de humor comum nos primeiros dias após o parto —, há situações em que a tristeza se prolonga e se intensifica. Isso pode ser sinal de depressão perinatal, que, segundo Rafaela, afeta até uma em cada quatro mulheres.

Por isso, se os sintomas forem duradouros ou impactarem o vínculo com o bebê, é fundamental buscar acompanhamento psicológico.

Saúde mental na gravidez
O apoio psicológico durante a gestação, o puerpério e o parto é essencial para o bem-estar da mãe, do bebê e da família como um todo – Crédito: Freepik

A psicologia perinatal é só para quem enfrenta depressão?

Esse é um dos maiores mitos. A psicologia perinatal também tem um papel preventivo importante. O trabalho dos especialistas nessa área ajuda a lidar com inseguranças, medos relacionados ao parto, dificuldades com a amamentação, conflitos no relacionamento e outras questões que surgem no ciclo da maternidade.

Rafaela reforça: “Esse acompanhamento fortalece emocionalmente a mulher e a rede de apoio, mesmo em gestações tranquilas.”

O puerpério exige ainda mais acolhimento e atenção

O puerpério, que começa logo após o nascimento do bebê, é um dos momentos mais sensíveis da vida da mulher. Apesar de muitas vezes ser romantizado, ele é marcado por intensas mudanças hormonais, cansaço físico, sentimentos ambivalentes e desafios na adaptação à nova rotina.

Segundo a especialista, é justamente nesse momento que aumentam os riscos de surgirem transtornos mentais. Por isso, contar com apoio psicológico pode fazer toda a diferença para atravessar essa fase com mais leveza e segurança.

Precisa ter um parto traumático para procurar ajuda?

De jeito nenhum! Mesmo quando o parto ocorre de forma tranquila e a gestação foi planejada, muitas mulheres relatam sentimentos de culpa, sobrecarga ou dificuldade para se conectar emocionalmente com o bebê.

Nesses casos, a psicologia perinatal entra como uma ferramenta essencial de escuta, acolhimento e orientação — tudo sem julgamentos.

Psicologia perinatal também faz parte do SUS

Uma boa notícia é que esse cuidado não está restrito à rede privada. Desde 2023, a Lei 14.721 garante o atendimento psicológico no pré-natal e no pós-parto como parte dos serviços do SUS. Ou seja, muitas unidades de saúde oferecem esse suporte de forma gratuita.

Além disso, clínicas-escola e projetos sociais ampliam o acesso ao cuidado emocional, especialmente em regiões com menos recursos.

Procurar terapia durante a gestação ou o puerpério é sinal de fraqueza?

Muito pelo contrário. Rafaela afirma que buscar ajuda nesse período demonstra força, responsabilidade e autocuidado. Reconhecer que não precisa dar conta de tudo sozinha é um passo importante rumo a uma maternidade mais consciente e saudável.

A psicologia perinatal não é só para a gestante

Embora o foco esteja, muitas vezes, na mulher, o atendimento perinatal também se estende ao companheiro (ou companheira), avós, irmãos e outras pessoas que participam da rotina do bebê. Quando a rede de apoio está emocionalmente preparada, os benefícios são mais amplos e duradouros.

“A chegada de um filho transforma a dinâmica familiar. Todo mundo pode se beneficiar desse suporte emocional”, afirma a psicóloga.

Resumo: A saúde mental na gravidez, no puerpério e após o parto merece atenção e cuidado — não apenas quando surgem dificuldades, mas também de forma preventiva. Contar com acompanhamento psicológico pode garantir uma maternidade mais leve, segura e feliz para toda a família.

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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