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Sentir dor de cabeça pode ser 'culpa' de genes herdados dos neandertais, sugere estudo
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Sentir dor de cabeça pode ser 'culpa' de genes herdados dos neandertais, sugere estudo

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Aventuras Na História
14/07/2025 20h15
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A dor de cabeça que você sente pode não ser apenas culpa do estresse ou da tela do celular — ela pode ser herança de um passado muito mais antigo. Uma nova pesquisa publicada na revista Evolution, Medicine, and Public Health sugere que a origem de certos tipos de malformações cerebrais pode estar nos genes herdados dos neandertais.

A condição em foco é a malformação de Chiari tipo I (CM-I), um defeito que ocorre quando a parte inferior do cérebro, o cerebelo, se estende para dentro da medula espinhal. Embora algumas pessoas convivam com a condição sem sintomas, outras podem sofrer com dores de cabeça, dores no pescoço, tonturas e problemas neurológicos mais graves. A condição afeta cerca de 1 em cada 100 pessoas.

A equipe de pesquisa, liderada pela Dra. Kimberly Plomp, analisou modelos 3D dos crânios de 103 humanos modernos, com e sem a malformação, e os comparou com fósseis de oito espécies de hominídeos antigos, incluindo Homo erectus, Homo heidelbergensis e Homo neanderthalensis (os neandertais). O que descobriram surpreendeu: os crânios dos humanos com CM-I tinham formato mais semelhante aos dos neandertais do que aos das outras espécies — ou mesmo aos dos humanos saudáveis.

"Acredita-se que Homo erectus e Homo heidelbergensis sejam ancestrais de humanos e neandertais. Por isso, é especialmente revelador que só os neandertais compartilhem essas características com os humanos com Chiari", explica a Dra. Plomp.

Isso sugere que o formato do crânio que pode causar a malformação é uma característica exclusiva herdada dos neandertais".

Embora o estudo não tenha feito análises genéticas diretas, os pesquisadores acreditam que as similaridades morfológicas sugerem uma ligação evolutiva: ao herdar traços do formato craniano dos neandertais, alguns humanos modernos podem ter cérebros que não se encaixam perfeitamente dentro do crânio, o que leva à malformação.

Importante destacar: isso não significa que os neandertais sofriam com dores de cabeça crônicas. Seus cérebros maiores podem ter se adaptado melhor à anatomia de seus crânios. No entanto, os cruzamentos com o Homo sapiens podem ter gerado uma combinação desfavorável em alguns descendentes.

Hipótese

Segundo o estudo, os genes neandertais ainda compõem até 4% do genoma de pessoas fora da África, especialmente em populações da Europa e do Leste Asiático, onde os neandertais viveram e se cruzaram com humanos modernos.

Já na África, onde os neandertais nunca viveram, esses genes praticamente não estão presentes. Isso levanta uma hipótese interessante: as taxas de malformação de Chiari poderiam variar geograficamente de acordo com a presença de DNA neandertal.

Se comprovada, essa hipótese não apenas reescreve parte da história evolutiva da medicina, mas também pode abrir caminho para novas abordagens diagnósticas e terapêuticas.

"Entender como o formato do crânio influencia essas condições pode nos ajudar a melhorar o diagnóstico e, quem sabe, até prevenir a malformação de Chiari no futuro", afirmam os autores.

Segundo o 'Daily Mail', a pesquisa reforça um ponto cada vez mais aceito na ciência: os neandertais não desapareceram completamente — eles vivem, em parte, dentro de nós. E, como mostra este estudo, suas contribuições genéticas podem ainda hoje moldar não apenas quem somos, mas também como nos sentimos.

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