Como a gravidez impacta o cérebro da mulher? Entenda!
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Muito se fala sobre as mudanças físicas que ocorrem durante a gravidez. O aumento da barriga, os hormônios aumentando, as alterações de apetite e o sono são alguns sinais visíveis dessa fase transformadora. Mas o que a ciência começa a revelar agora é que o cérebro da mulher também passa por uma intensa remodelação na gestação – e isso é poderoso!
Pesquisas recentes mostram que a gravidez não apenas prepara o corpo para gerar uma vida, mas reconfigura o funcionamento cerebral para lidar com os desafios da maternidade. E não se trata de algo pontual: essas mudanças são profundas e duradouras.
O cérebro feminino
A neuroplasticidade – ou seja, a capacidade do cérebro de se adaptar e mudar – acontece ao longo da vida. Mas segundo a neurocientista Laura Pritschet, da Universidade da Pensilvânia, existem três momentos-chave de transformação cerebral da mulher: a puberdade, a gravidez e a perimenopausa.
De acordo com a especialista, exames mostram uma redução de até 5% no volume da matéria cinzenta – região responsável pelo pensamento, memória e processamento – ao longo da gravidez, além de mudanças na matéria branca, que conecta as regiões cerebrais. Após o parto, algumas áreas cerebrais se recuperam parcialmente, mas outras não.
Preparação para o vínculo
As descobertas sugerem que essas mudanças estejam ligadas a novos comportamentos maternos, como o vínculo com o bebê, a empatia e a capacidade de tomar decisões rápidas. Trata-se de uma reorganização funcional, que otimiza o cérebro para os desafios da parentalidade. “É como se o cérebro estivesse se especializando para uma nova fase da vida, tal como ocorre na puberdade”, explicou Pritschet.
Período de adaptação
A profissional reforça que a gestação deve ser vista como um período de desenvolvimento cerebral na idade adulta. Entender essa transformação, inclusive, pode auxiliar em questões envolvendo depressão pós-parto, enxaquecas, comportamento parental e até a vulnerabilidade a doenças neurológicas.
Por fim, a mensagem é clara: o cérebro feminino não está em colapso durante a gravidez. Ele está se adaptando com maestria. Dessa forma, ele se ajusta às necessidades emocionais, cognitivas e práticas de um novo momento.
