Estudo aponta: na terceira idade, ouvir música reduz o risco de demência
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Um novo estudo da Universidade Monash, publicado no International Journal of Geriatric Psychiatry, revelou que, na terceira idade, ou seja, após os 65 anos, o hábito de ouvir música ajuda a reduzir o risco de demência. A condição, segundo relatório do Ministério da Saúde, afeta cerca de 8,5% da população idosa brasileira.
“Sem cura disponível atualmente para a demência, a importância de identificar estratégias para ajudar a prevenir ou retardar o início da doença é crucial”, disse a pesquisadora principal Joanne Ryan em comunicado.
Papel da música na prevenção da demência
Especialistas já afirmam, com base em pesquisas anteriores, que as canções são capazes de estimular o cérebro e auxiliar no tratamento de enfermidades neurodegenerativas, como o Alzheimer. Agora, contudo, o recente levantamento aponta a importância da música para prevenir a demência.
A fim de detectar esse potencial, os estudiosos analisaram dados de saúde de 10.893 australianos com 70 anos ou mais. Além disso, foram coletadas informações sobre a ocorrência do contato com produções e instrumentos musicais. Dessa forma, os resultados indicaram que as pessoas que ouviam canções com frequência, por um período de três anos, tiveram 39% menos probabilidade de desenvolver demência, em comparação com aquelas que dificilmente escutavam.
Ademais, segundo o estudo, os ouvintes recorrentes apresentaram chances menores de comprometimentos cognitivos (17%), além de melhor habilidade para recordar eventos. A pesquisa também evidenciou benefícios relacionados à prática de tocar instrumentos regularmente. Nesse caso, portanto, a probabilidade do diagnóstico de demência caiu para 35%. Já para os indivíduos que possuíam habilidades musicais e consumiam costumeiramente canções, o número chegou a 33%.
Em entrevistas, as autoras Emma Jaffa e Joanne Ryan relacionaram o fenômeno ao fato de o ato de ouvir música ativar uma série de regiões do cérebro. Esse processo, por conseguinte, estimula a cognição, contribuindo para afastar o risco de diversos tipos de demência.
“As evidências sugerem que o envelhecimento cerebral não se baseia apenas na idade e na genética. Isso porque ainda pode sofrer influencia das escolhas individuais de estilo de vida e fatores ambientais. Nosso estudo indica que intervenções baseadas no estilo de vida, como ouvir e/ou tocar música, podem promover a saúde cognitiva”, explicou Ryan.
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