Para combater a diabetes, insira a manga no seu dia a dia; veja o que dizem especialistas

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Envolvida em lendas, como a de que não pode ser misturada ao leite ou a de esbanjar açúcar, a manga tem sido banida de muitos cardápios injustamente. Mas, aos olhos da ciência, não há motivos para rejeitá-la, muito pelo contrário. Um trabalho recente, realizado no Instituto de Tecnologia de Illinois, nos Estados Unidos, mostra que a fruta pode ajudar a reduzir o risco de diabetes .
Manga em prol da saúde
Publicado em janeiro no periódico Nutrients, o estudo foi realizado com 48 voluntários com sobrepeso ou obesidade, divididos em dois grupos. Antes de iniciar a pesquisa, todos passaram por testes de tolerância à glicose, a fim de avaliar como o organismo metaboliza o açúcar . Durante quatro semanas, uma parte recebeu manga e a outra, um produto de controle, duas vezes ao dia. Após o período, o exame foi realizado novamente.
Entre os resultados, observou-se uma melhora na sensibilidade à insulina, hormônio secretado pelo pâncreas que coloca a glicose dentro das células, garantindo a energia necessária para o funcionamento do corpo . Essa atuação favorece o equilíbrio glicêmico e, a longo prazo, pode ajudar a afastar o diabetes tipo 2.
Para a nutricionista Giuliana Modenezi, do Espaço Einstein Esporte e Reabilitação, do Hospital Israelita Albert Einstein, embora o trabalho tenha algumas limitações, como o curto período de intervenção, pode ajudar a desmistificar alguns conceitos que envolvem o fruto. “Muita gente teme a manga por ser muito doce ”, comenta.
Embora a pesquisa não estabeleça um mecanismo por trás do resultado, acredita-se que a junção de nutrientes e substâncias encontradas no alimento ajude a explicar os efeitos. Além da abundância de fibras , que colecionam evidências sobre o papel no controle da glicemia e na redução dos picos de insulina, somam-se compostos antioxidantes, caso dos carotenoides, que auxiliam esse equilíbrio.
“Também oferece as vitaminas A e C e minerais como o potássio”, acrescenta a nutricionista. Esse combo contribui ainda para o funcionamento intestinal e a saúde cardiovascular. Mas esses benefícios só ocorrem em um contexto alimentar saudável.
Coma sem medo
Originária da Índia, segundo relatos históricos, a mangueira ou Mangifera indica L. passou pelo processo de domesticação em 2000 a.C. No entanto, ela chegou ao Brasil com os portugueses somente no século 16. Inclusive, é atribuído a esse tempo a lenda de que não se pode misturá-la com leite . “Costumam contar que essa história surgiu para evitar o consumo da bebida pelos povos escravizados, porque o líquido estava na categoria dos ingredientes nobres”, comenta a especialista do Einstein.
Segundo a nutricionista, do ponto de vista científico, não existe nenhuma evidência mostrando que a combinação cause danos à saúde. “A junção é interessante, já que o lácteo oferece proteína e cálcio”, diz. Ela ainda sugere a unir em uma receita com iogurte , assim como castanhas. Com essas opções, ricas em proteína e gorduras benéficas, a tendência é prolongar a saciedade, freando o apetite.
“Dá para colocar no café da manhã ou como opção de sobremesa no almoço e no jantar e até nos lanches intermediários”, indica.
Geralmente metade de uma manga equivale a uma porção, mas vai depender do tamanho. O fruto também aparece em receitas, sendo uma das mais tradicionais o chutney, molho indiano agridoce que incrementa carnes . Ademais, está presente em sorvetes, cremes e vitaminas.
Manga no cardápio
Estima-se que existam mais de 1.600 variedades da fruta , confira a seguir algumas das mais consumidas no país:
- Espada: trata-se de um dos tipos mais cheios de fiapos. Sua casca, espessa, traz tons esverdeados, enquanto a polpa é de um amarelo intenso. Pesa cerca de 300 gramas;
- Haden: sua polpa, alaranjada e firme, costuma apresentar sabor suave. É menos fibrosa se comparada às demais. O peso varia entre 400 e 700 gramas;
- Kent: quase livre de fiapos, sua polpa é cremosa e apresenta equilíbrio entre açúcares e acidez. Pode chegar a pesar 1 quilo;
- Palmer: de casca roxa, ela vai avermelhando conforme amadurece. Pode atingir 700 gramas. Também contém pouca fibra ;
- Rosa: uma das mais populares no Brasil, especialmente na região Nordeste, é muito saborosa, pesa em torno de 350 gramas;
- Tommy-Atkins: não é das mais doces, sobretudo se a colheita ocorrer fora da época. A polpa é bem suculenta, alaranjada e consistente.
*Texto da Agência Einstein


