Saiba os sintomas e alertas da doença silenciosa que matou o ator Pedro Paulo Rangel
Márcia Piovesan

A morte do ator Pedro Paulo Rangel em 2022, vítima de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), trouxe à tona uma discussão urgente sobre uma enfermidade que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Conforme alertado pela médica pneumologista Cibele Spinelli à CARAS Brasil, a doença, apesar de não ter cura, pode ser gerenciada com o tratamento adequado e, mais importante, prevenida. O caso de Rangel, um tabagista de longa data, exemplifica a ligação intrínseca e perigosa entre o cigarro e o desenvolvimento da DPOC.
A DPOC é uma condição respiratória progressiva caracterizada pela obstrução do fluxo de ar nos pulmões. Diferente de uma gripe ou resfriado, ela não é uma doença aguda, mas sim uma enfermidade crônica que se agrava com o tempo. A principal causa, respondendo por cerca de 80% a 90% dos casos, é o tabagismo. A exposição à fumaça do cigarro danifica os brônquios e os alvéolos pulmonares, causando uma inflamação que leva ao enfisema (destruição dos alvéolos) e à bronquite crônica (inflamação dos brônquios).
Outros fatores de risco incluem a exposição prolongada a poluentes ambientais, poeira e gases químicos no ambiente de trabalho. Os sintomas iniciais, muitas vezes ignorados, são a falta de ar (dispneia), tosse crônica (frequentemente com expectoração) e sensação de chiado no peito. O diagnóstico, realizado por meio de exames como a espirometria, é crucial para iniciar o tratamento e retardar a progressão da doença.
Embora a DPOC não tenha cura, o tratamento visa aliviar os sintomas, melhorar a capacidade pulmonar e a qualidade de vida do paciente. As abordagens incluem a cessação imediata do tabagismo, o uso de broncodilatadores (medicamentos que abrem as vias aéreas), corticoides (para reduzir a inflamação) e, em casos mais graves, a oxigenoterapia e a reabilitação pulmonar.
A ciência e a medicina, no entanto, não pararam no tempo. Pesquisas recentes exploram novas terapias e abordagens. A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) aponta para o avanço em imunobiológicos e terapias gênicas que, em um futuro próximo, podem oferecer novas esperanças. A nutrição, como bem mencionou a Dra. Spinelli, também desempenha um papel fundamental. Pacientes com DPOC frequentemente enfrentam a caquexia (perda de massa muscular), e uma dieta balanceada, rica em nutrientes e calorias, é essencial para manter a força física e a resistência.
Um dos avanços mais promissores é a tele-reabilitação, que permite aos pacientes realizarem exercícios supervisionados de casa. Além disso, a medicina regenerativa, embora ainda em fase de estudos, investiga o uso de células-tronco para reparar tecidos pulmonares danificados.
