“Se IA escreve bem, então a Jaci é o Jaspion”; entenda
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Por estes dias, Leonardo Henrique enviou um link curioso sobre como o ministro Luiz Fux se preparou para julgar o véio golpista remendado decrépito de intestino preso. Spoiler: foi assistindo a um filme de pancadaria em um avião. Anti spoiler: o autor da coluna não informa o nome da obra de arte.

Um homem amoroso, como todo carioca. Mas perde seu tempo com bobagens
Por isso, por aqui, tentamos imaginar qual seria a película de treta que o juiz estaria vendo no vôo Rio-Brasília. Ao mesmo tempo, ficamos encantados com o fato dele, como informa a mesma nota, lutar jiu-jitsu – o que claramente é um contrassenso, dado que o esporte pode bagunçar o penteado de sua PIRUCA.

Inclusive, para quem não sabe, a Academia Brasileira de Letras, por meio de seu Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, informa que a grafia correta de peruca é PIRUCA mesmo. Há o uso preferencial do negrito, de maiúsculas e um i antes de um hipotético segundo e inexistente i.
As formas Peruca e peruca, entretanto, são aceitas, até. Veja bem: até.
Mesmo porque quando o Merval Pereira vê qualquer uma das duas, quase desmaia e pensa em largar tudo para ser alfaiate. A Miriam Leitão olha de esguelha e acha uma péssima ideia
[o peruca com e, não o Merval mudar de área.
(Mesmo porque, como todos sabemos, o Merval nasceu para ser alfaiate – ou contador – e caprichar muito na grafia/dicção da palavra doze.
Ele prefere usar como DOU-ZE, de forma pausada e separando as sílabas)].
De qualquer forma, voltando à questão do filme do Fux,
(que claramente poderia ser qualquer um do Steven Seagal, que, aliás, tinha ou tem, sei lá, uma bela cabeleira e que parecia ou parece, sei lá, uma crina de pônei e, às vezes, uma PIRUCA ou peruca, sei lá; não, peraí, sei sim)
lembrei de outra obra de arte, mas que não tem bem a ver com PIRUCA, jiu-jitsu, Steven Seagal ou com aquele gaúcho meio estranho da Escolinha do Professor Raimundo interpretado pelo Ivon Cury.

Provavelmente – mas aí já não tenho certeza – por causa do nome Fux, me veio à mente Fuk Fuk à Brasileira. Um filme que merece atenção maior de grande parte da população (à?) brasileira.
Nele, o grande anão Chumbinho interpreta um pequeno anão telepata que cai no mundo ao fugir por uma privada de um casal dado a surubas. Isso ocorre porque a mulher não aceita fazer sexo anal com o marido usando manteiga no lugar de KY (ela prefere margarina). Chumbinho vê que vai sobrar para ele com ou sem manteiga, se mete na tubulação de esgoto e se livra do infortúnio.
(E aqui é o caso de, além de refletir sobre a vida e a sétima arte, repensar a batida expressão: família de comercial de margarina.)
Fuk Fuk à Brasileira é uma obra que poderia parar no resumo feito ali em cima, mas vai além. O grande anão telepata Chumbinho, depois de entrar pelo cano da privada, vai se meter com pansexuais portugueses, naves peníanas e um isopor térmico com uma caralhada de vibradores.
(Sim, os negritos são para mostrar que eu PENSEI nas palavras a serem usadas. E mesmo assim saiu o que saiu.)
Pode parecer estranho. E é mesmo.
Mas para quem é fã do anão Chumbinho (meu caso, desde que comprei o Alucinações Sexuais de um Macaco – O Macaco Quebra-Galho no falecido site Putrescine) ou para o próprio anão Chumbinho, é só mais um dia na vida do anão Chumbinho. Um domingo no parque à brasileira. Com fuk fuk, com supremo, com tudo.

Acontece com mais frequência do que pensamos
Enquanto escrevia essa newsletter/coluna – e de acordo com as regras da atração que aprendemos em O Segredo – recebi um link no ZapZap. Novamente – e como quase sempre – fora enviado pelo meu primo Fábio.
Era a respeito de uma espécie de pornochanchada que emula terror e sacanagem, com snuff movies. A mensagem, junto com o link, era um enigmático “Mano, eu estou achando que é o Canarinho, nesse filme do qual nunca ouvi falar”.
Abri o vídeo e, de fato, parecia mesmo o Canarinho. Só demorei a reconhecer, dado que ele não estava com um fone na mão e nem apanhando sob um orelhão em uma Praça chamada Nossa.
Fiquei encafifado e rapidamente fui caçar se era mesmo o Canarinho no filme e, se sim, que caralho de obra seria aquela. Bom, resumidamente, o caralho de obra era um filme chamado Snuff: Vítimas do Prazer, de 1977. Embora exista completo no YouTube, ainda não o vi.
E duas coisas me chamaram a atenção.
A primeira é a foto que o Google mostra quando alguém procura pelo elenco de Snuff: Vítimas do Prazer. Nela, o Canarinho está a um segundo de tomar uma bordoada do fortão, já com o fone na mão e aquele sorriso malicioso de quem tá doidinho para perder os dente tudo.

Coisa linda de Deus
Segundo: a resenha do pessoal do Boca do Inferno. Desde que me conheço por gente, aliás, é o maior e melhor site do mundo quando o assunto é terror. E, mesmo há 24 anos no ar, eles ainda não tiveram as manha de tirar o cacete do fundo preto que dá vertigem em quem tenta ler qualquer coisa por lá.
Abramos aspas para o texto
(é do segundo parágrafo, mas recomendo a resenha inteira, já que cita, até, Emanuelle na América)
Eles contratam Edson (o carismático Carlos Vereza), um técnico falido, e seu assistente Juarez (ninguém menos do que o falecido comediante Canarinho, que carrega o filme nas costas), que aceitam o trabalho acreditando que vão fazer um simples pornô hardcore, e não um snuff movie. Recrutam também um elenco singular, composto por uma stripper, uma atriz decadente, um ator com problemas mentais e uma candidata fracassada a Miss São Paulo, e juntos partem para uma chácara onde serão feitas as filmagens.
Fechemos aspas
(os negritos são meus – e dos meus amigos. Usei-os para destacar alguns pontos)
O filme tem o Carlos Vereza. Um enredo de primeira, como se vê. Personagens na ponta dos cascos. Mas quem carrega O FILME NAS COSTAS é o Canarinho.
Invertendo, aliás, sua especialidade: ser carregado nas costas por aquele fortão da Praça é Nossa, que vivia tentando bater nele e, no meio da confusão, quando via, tava com o pequeno Canário dependurado na cacunda. Rio só de lembrar.
Assim como ocorre – rir só de lembrar – das crônicas de Luis Fernando Veríssimo. Por isso, e para homenageá-lo, vou colar a seguir uma das que mais gosto dele.
Na verdade, o texto também me lembra um pouco a Marcella Blass, aquela personagem que vive por aqui. Isso porque ela costuma levar até o limite extremo da exaustão qualquer discussão.
Quando o oponente cansa ou desiste ou morre tentando fugir, invariavelmente ouve um “tá vendo como tô certa? ou o bom e velho “Sérgio, Sérgio” com algum desdém que finjo que não percebi.
Certa feita, até, ela começou uma discussão consigo mesma a respeito das cidades mais adúlteras do Brasil. Viu que estava perdendo e deu um nó tático nela mesma, uma risadinha e voltou a trabalhar feliz, para incredulidade de todos ao redor. Até balbuciei um “Marcella”, mas recebi um “Sérgio, Sérgio, não me venha com chorumelas”. Não fui. Todos ganhamos – menos Goiânia.
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Cornita – LFV
- Pai, o que é cornita?
- Como é que se escreve?
- Ce, o, erre, ene, i, te, a.
O pai pensou um pouco. Não podia dizer que não sabia. O garoto há muito descobrira que o pai não era o homem mais forte do mundo. Precisava mostrar que, pelo menos, não era dos mais burros. Perguntou como é que a palavra estava usada.
- Aqui diz, “a cornita da igreja...” - respondeu o garoto.
- Ah, esse tipo de cornita. É um ornamento, na forma de corno, que fica do lado do altar.
- Pra que que serve?
- Pra, ahn, nada. É um símbolo.
- Ah.
–
- Pai, usei “cornita” numa redação e a professora disse que a palavra não existe.
- O quê? Mas que professora é essa?
- Ela diz que nunca ouviu falar.
- Pois diga para ela que “cornita”, embora não faça mais parte da arquitetura canônica, era muito usada nas igrejas medievais.
-Tá.
–
- Pai, a professora continua dizendo que “cornita” não existe. E diz que também não se diz “arquitetura canônica”.
- Preciso ter uma conversa com essa professora. Essa educação de hoje…
–
- Não quero discutir com a senhora. Mas também não quero ver meu filho duvidando do próprio pai. Para começar, minha senhora, aqui está o livro que meu filho estava lendo. E aqui está a palavra. “Cornita”.
- Deixe eu ver. Obviamente, era para ser “cornija”. É um erro de imprensa.
- O quê?
- Um erro de revisão. “Cornija”. Ornamentação muito usada na arquitetura antiga. “Cornita” não existe.
- Pai, vamos pra casa... .
- Um momentinho. Um momentinho! Claro que eu sei o que é “cornija”. Mas existem as duas palavras. “Cornija” e “cornita”. Duas coisas completamente diferentes.
- Então me mostre “cornita” no dicionário.
- Ora, no dicionário. E a senhora ainda confia nos nossos dicionários?
- Pai, vamos embora…
–
- O que é isto, pai?
- Um pequeno tratado que fiz para a sua professora, aquela mula, ler. Dezessete páginas. Pouca coisa. Nele, traço desde a origem etimológica da palavra “cornita”, no sânscrito, até a sua simbologia no ritual da Igreja antes do concílio de Trento, incluindo o número de vezes em que o termo aparece na obra de Vouchard de Mesquieu sobre a arquitetura canônica. E sublinhei “arquitetura canônica”, para a mula aprender a jamais desmentir um pai.
- Certo, pai.
–
- Pai....
- O que é?
- A professora leu o seu tratado.
- E então?
- Mandou pedir desculpas. Diz que o senhor é um homem muito etudito.
- Erudito.
- Erudito. Mandou pedir desculpas. A burra era ela.
- Está bem, meu filho. Pelo menos agora ela sabe com quem está tratando.
Valera a pena.
Valera até as noites perdidas inventando os dados do tratado. Sabia que acabaria convencendo a mulher com um ataque maciço de erudição, mesmo falsa. Vouchard de Mesquieu. Aquele fora o golpe de mestre. Vouchard de Mesquieu. Perdera uma hora só para encontrar o nome certo. Mas estava redimido.
/Cornita – LFV
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E assim, antes dos fuk fuk links da semana, queria fazer uma observação sobre a curiosa nota 10 filmes de terror que queimam calorias, segundo a ciência.
Antes mesmo de clicar na reportagem da Bianca, sem abrir, já sabia que seria uma pesquisa inglesa que provaria o ponto acima. E o motivo é simples: eles jamais vão estudar como clonar uma ovelha. Ou procurar vida fora da Terra ou qualquer coisa minimamente relevante, como a tabuada do 9.
Se tem uma coisa que inglês é bom – além de comida ruim – é pesquisa, digamos, fux fux à inglesa (também conhecidas como nada a ver). Nem precisei procurar muito para encontrar os exemplos abaixo.





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Agora, sim, os fux fux links da semana
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