Aquário realiza cirurgia em beluga, a primeira a se recuperar de uma anestesia geral

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No Aquário Shedd, localizado em Chicago, uma beluga fêmea chamada Kimalu fez história ao se tornar a primeira de sua espécie a se recuperar de uma anestesia geral após uma cirurgia bem-sucedida, realizada em 1º de julho. Com 12 anos e pesando mais de 450 kg, Kimalu necessitou passar por um procedimento cirúrgico para a remoção de cistos que estavam se formando próximos ao seu espiráculo, o orifício respiratório do animal.
A operação foi considerada um êxito e contou com a colaboração de quase 30 profissionais especializados em medicina veterinária, provenientes do aquário e de outras instituições nos Estados Unidos. A decisão de realizar a cirurgia foi baseada nos resultados de uma tomografia computadorizada, que indicou que a remoção dos cistos poderia melhorar significativamente a qualidade de vida da beluga.
A equipe do Aquário Shedd avaliou cuidadosamente os riscos associados à anestesia geral, dada a fisiologia única das baleias e o porte considerável de Kimalu. Como explicou o portal Galileu, a aplicação da substância em mamíferos aquáticos apresenta desafios específicos, e mesmo com a realização bem-sucedida da cirurgia, havia preocupações sobre a possibilidade da beluga não conseguir se recuperar da anestesia.
Karisa Tang, vice-presidente de saúde animal no Aquário Shedd, destacou a complexidade do procedimento: "Não existe um manual para anestesiar uma beluga e levá-la para uma cirurgia. Então, nos baseamos no nosso profundo conhecimento da Kimalu como indivíduo e na nossa incrível rede especialistas (...) para fazer esse procedimento", afirmou em um comunicado oficial.
Pós-operatório
Após a cirurgia, a equipe empregou diversas estratégias para facilitar o despertar de Kimalu da anestesia. Os cuidadores, que têm um vínculo estreito com a beluga, estavam presentes durante todo o processo. Eles conversaram com ela e tocaram gravações das vocalizações de outras belugas do aquário para oferecer conforto durante o despertar.
Atualmente, Kimalu está sob monitoramento contínuo em um habitat médico projetado especialmente para sua recuperação. O protocolo inclui administração de antibióticos, tratamento da incisão cirúrgica e cuidados nutricionais pós-operatórios adequados.
"A recuperação dela vai levar tempo e ainda não está garantida, mas acreditamos que o procedimento já trouxe um grande alívio ao desconforto causado pelos cistos", acrescentou Tang.
O sucesso dessa cirurgia não apenas representa um marco na vida da beluga, mas também contribui para avanços significativos na medicina veterinária voltada para animais aquáticos. Os cistos removidos serão submetidos à análise por patologistas para entender sua origem e auxiliar em tratamentos futuros.
O Aquário Shedd expressou seu compromisso em compartilhar as descobertas resultantes deste caso com veterinários globalmente, visando elevar os padrões de cuidado tanto para belugas em cativeiro quanto para aquelas que habitam o ambiente natural.


