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Cardeal acusado de encobrir abusos participará de funeral do papa
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Cardeal acusado de encobrir abusos participará de funeral do papa

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Aventuras Na História
25/04/2025 12h19
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©Getty Images
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Um cardeal dos EUA acusado de encobrir centenas de casos de abuso sexual de menores por padres, foi incluído como participante oficial nas cerimônias de lacração do caixão e sepultamento do papa Francisco. Roger Mahony, arcebispo emérito de Los Angeles, integra o seleto grupo de nove cardeais, além de alguns padres e bispos, que acompanharão os ritos fúnebres na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.

Aos 89 anos, Mahony aposentou-se em 2011. Em 2013, teve suas funções oficiais na arquidiocese suspensas, embora não tenham sido detalhadas, segundo informou a CNN. Ainda assim, ele está listado nas cerimônias como “cardeal-presbítero” — uma das três categorias do Colégio dos Cardeais, junto aos “cardeais-diáconos” e “cardeais-bispos”.

Por estar há décadas no cargo, Mahony ocupa uma posição sênior entre os cardeais-presbíteros. Aqueles que o superam em tempo já ultrapassaram os 90 anos e, segundo a imprensa americana, não puderam comparecer às cerimônias. Entre os demais participantes estão nomes como Giovanni Battista Re, decano do Colégio dos Cardeais; Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano; e Dominique Mamberti, o cardeal-protodiácono responsável por anunciar ao mundo a escolha de um novo Papa.

De acordo com o portal O Globo, esta não é a primeira vez que a presença de Mahony em eventos papais causa polêmica. Antes do conclave que elegeu Francisco em 2013, uma petição em Los Angeles tentou barrar sua participação. À época, ele havia sido proibido de falar em público e teve prerrogativas como bispo limitadas, incluindo a de administrar o sacramento da confirmação e ordenar sacerdotes.

Líder da arquidiocese de Los Angeles entre 1985 e 2011, Mahony pediu desculpas várias vezes pela forma como lidou com os casos de abuso. Em 2013, documentos revelaram que ele e seu vigário deixaram de afastar padres acusados nos anos 1980 e não cooperaram com investigações. Seu sucessor, o arcebispo José Gomez, afirmou naquele ano que Mahony não exerceria mais funções públicas ou administrativas em Los Angeles.

Indenizações

O escândalo de abusos clericais resultou em indenizações bilionárias. No ano de 2007, a arquidiocese pagou US$ 660 milhões a 508 vítimas, e, no ano passado, mais US$ 880 milhões a 1.353 sobreviventes. Mahony também foi acusado de má conduta quando era bispo de Stockton, por sua atuação em outro caso de abuso.

Em nota à CNN, a Arquidiocese de Los Angeles classificou a participação do cardeal como uma bênção: “O cardeal Mahony é nosso arcebispo emérito. Ele se aposentou em 2011 como arcebispo de Los Angeles e continua seu ministério em nossa arquidiocese como arcebispo aposentado. Ele sempre esteve em plena comunhão. Somos abençoados por ter o cardeal Mahony representando nossa arquidiocese em Roma, no funeral de nosso Santo Padre e na eleição de nosso novo Papa.”

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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