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Casal americano pode ser julgado por roubar ouro de navio naufragado
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Casal americano pode ser julgado por roubar ouro de navio naufragado

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Aventuras Na História
03/07/2025 16h00
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Uma autora estadunidense de 80 anos e seu marido estão entre os envolvidos em um caso que poderá ir a julgamento na França, relacionado à venda ilegal de barras de ouro extraídas de um naufrágio do século XVIII. O Ministério Público francês formalizou um pedido para que o caso seja analisado pelo tribunal.

Eleonor "Gay" Courter e seu cônjuge, Philip, de 82 anos, são acusados de facilitar a venda desse ouro pela internet, supostamente em conluio com um mergulhador francês que teria se apoderado do metal precioso há décadas. Ambos negam qualquer envolvimento em atividades ilícitas.

Gay Courter, vale mencionar, é autora de diversos livros, tanto ficcionais quanto não-ficcionais, muitos com temática náutica. Entre suas obras destaca-se um thriller ambientado em um cruzeiro e um relato sobre sua experiência durante uma quarentena em um navio no Japão em 2020.

O navio Le Prince de Conty, que realizava comércio com a Ásia, afundou ao largo da costa da Bretanha durante uma tempestade no inverno de 1746. Seus destroços foram descobertos mais de 200 anos depois, em 1974, a profundidades entre 10 e 15 metros, nas proximidades da ilha de Belle-Île-en-Mer.

Após a descoberta de uma barra de ouro durante uma pesquisa do local em 1975, o naufrágio foi alvo de saques. Durante as décadas seguintes, arqueólogos encontraram porcelanas chinesas do século XVIII, restos de caixas de chá e três barras de ouro chinesas nos arredores do local. Entretanto, uma forte tempestade em 1985 dispersou os destroços do navio, encerrando as escavações oficiais.

Investigações

Em 2018, Michel L'Hour, diretor do departamento de arqueologia subaquática da França, notou uma venda suspeita de cinco lingotes de ouro em um site de leilões dos Estados Unidos. Ao informar as autoridades norte-americanas sobre sua suspeita de que o tesouro pertencia ao Le Prince de Conty, os itens foram apreendidos e devolvidos à França em 2022.

As investigações identificaram Gay Courter como a vendedora. A autora e produtora residente na Flórida alegou ter recebido o metal precioso de amigos franceses, Annette May Pesty e seu falecido parceiro Gerard. Pesty afirmou ter encontrado o ouro enquanto mergulhava na ilha africana de Cabo Verde, embora essa versão tenha sido considerada improvável pelos investigadores.

A atenção se voltou para Yves Gladu, cunhado de Pesty e fotógrafo subaquático. Um julgamento realizado em 1983 havia condenado cinco indivíduos por crimes relacionados ao saque do Prince de Conty; Gladu não estava entre os condenados.

Em 2022, Gladu foi detido e confessou ter recuperado 16 barras de ouro do navio durante cerca de 40 mergulhos entre 1976 e 1999. Ele afirmou tê-las vendido em 2006 a um ex-militar residente na Suíça, negando ter dado qualquer barra aos Courters.

A relação entre Gladu e o casal data da década de 1980; investigações revelaram que eles passaram férias juntos em diversas ocasiões. Em 2022, os Courters foram detidos no Reino Unido e colocados sob prisão domiciliar. As autoridades francesas determinaram que o casal possuía pelo menos 23 barras de ouro no total e haviam vendido 18 delas por mais de US$192.000 (£140.000), incluindo algumas transações realizadas via eBay.

A defesa dos Courters argumenta que eles não tinham conhecimento da origem ilícita dos bens e afirmam que todo o dinheiro obtido com as vendas deveria ser destinado a Gladu, conforme repercute o The Guardian.

Um promotor na cidade francesa de Brest requisitou que os Courters, Gladu (77 anos) e Pesty fossem julgados. Embora um juiz investigativo ainda precise decidir sobre o prosseguimento do processo judicial, os promotores indicaram que um julgamento pode ocorrer no outono de 2026.

O advogado dos Courters, Gregory Levy, afirmou que o casal não tinha ideia da gravidade da situação: "Os Courters aceitaram porque são pessoas extremamente amáveis. Eles não perceberam a gravidade da questão, já que as regulamentações sobre ouro nos Estados Unidos são completamente diferentes das da França," acrescentou Levy, enfatizando que eles não lucraram com as vendas. Os advogados dos outros suspeitos ainda não comentaram sobre o assunto.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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