China e Rússia assinam acordo para construir usina de energia na Lua

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Recentemente, a Rússia assinou um acordo com a China para construir uma usina nuclear na Lua. Esse reator, por sua vez, é planejado para alimentar a futura Estação Lunar Internacional de Pesquisa (ILRS), liderada em conjunto pelas duas nações, que deve ser concluída até 2046, segundo um memorando de cooperação.
Esse novo anúncio, por sua vez, chama atenção por sair logo após a NASA revelar uma proposta de orçamento para 2026, em que cortes serão feitos nos projetos para uma base lunar, e investimentos maiores serão direcionados à Marte.
Conforme afirmou o diretor-geral da Roscosmos, Yury Borisov, em entrevista de 2024 ao site de notícias estatal russo TASS, a construção do reator sino-russo provavelmente ocorrerá de maneira autônoma, "sem a presença humana". Porém, os detalhes de como tal façanha será feita ainda permanecem obscuros.
"A estação conduzirá pesquisas espaciais fundamentais e testará tecnologia para operações não tripuladas de longo prazo do ILRS, com a perspectiva da presença de um ser humano na Lua", escreveu a Roscosmos em anúncio publicado no dia 8 de maio.
Conforme repercute o Live Science, a nova estação de pesquisa, uma base lunar permanente e tripulada no polo sul da Lua, já atraiu 17 países para o programa, incluindo Egito, Paquistão, Venezuela, Tailândia e África do Sul. A base será lançada na missão espacial chinesa Chang'e-8, em 2028 — o que marcará a primeira vez que o país levará um astronauta à superfície lunar.
O roteiro de instalação do ILRS foi revelado pela primeira vez em junho de 2021, com o anúncio de que a Rússia e a China iriam preparar as peças para uma base lunar robótica a partir de cinco lançamentos de foguetes superpesados, que partirão entre 2030 e 2035.
Logo quando as peças básicas forem estabelecidas na Lua, a China deve realizar lançamentos adicionais para estender a base ainda mais, a conectando a uma estação espacial orbitando a Lua, conforme explicou o projetista-chefe do projeto de exploração profunda da China, Wu Tanhua, em entrevista coletiva em 2024.
Esse modelo expandido, no entanto, só deve ser concluído até 2050, mas deve estabelecer bases importantes para pousos tripulados em Marte. Wu ainda descreve que a base "será alimentada por geradores solares, radioisótopos e nucleares. Também incluirá redes de comunicação Lua-Terra e de alta velocidade na superfície lunar, bem como veículos lunares como um hopper, um veículo não tripulado de longo alcance e rovers tripulados, pressurizados e não pressurizados".
Nova corrida espacial?
Esse novo memorando russo-chinês chega em um momento de crescente ambição, em especial para os programas espaciais da China. O país já possui presença na Lua desde o pouso da missão Chang'e-3, que colocou um rover no satélite natural em 2013, e desde então outros veículos não-tripulados chineses já pousaram lá, coletando amostras e mapeando a superfície lunar.
Essa "corrida" da China para estabelecer um posto lunar avançado, por sua vez, também tem um rival americano no programa Artemis. O Artemis III promete levar astronautas da NASA de volta à Lua pela primeira vez em mais de 50 anos, em um lançamento previsto para 2027 — mas que, após a recente divulgação do orçamento proposto para 2026 pelo governo Trump, pode enfrentar infortúnios.
Em paralelo, a NASA também planeja estabelecer uma estação espacial lunar chamada Gateway, inicialmente programada para ser lançada em 2027. Porém, o novo orçamento de Trump propõe cortes a missões com foco na Lua, e maior incentivo à exploração de Marte, de forma que a missão Gateway sobre o risco de ser cancelada.


