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'Cidade linda' e 'inferno': pacientes relatam experiências de quase-morte
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'Cidade linda' e 'inferno': pacientes relatam experiências de quase-morte

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Aventuras Na História
27/05/2025 14h39
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Relatos de experiências de quase-morte vêm chamando a atenção de cientistas, espiritualistas e curiosos ao longo dos últimos anos. Um dos casos mais recentes que ganharam notoriedade é o da americana Brianna Lafferty, de 33 anos, diagnosticada com distonia mioclônica — um distúrbio neurológico raro.

Durante uma crise severa, o corpo de Lafferty entrou em colapso, de modo que a mulher foi declarada clinicamente morta em um hospital do Texas, nos Estados Unidos. Por oito minutos, Brianna esteve "do outro lado", como descreve, até ser reanimada pelos médicos.

Segundo o seu relato, ela ouviu uma voz perguntando se estava pronta antes de mergulhar em completa escuridão. Em seguida, sentiu sua alma flutuar acima do próprio corpo e atravessar uma espécie de dimensão atemporal. Sua descrição é semelhante à de muitas outras pessoas que passaram por experiências de quase-morte (EQMs), fenômeno que tem sido cada vez mais estudado pela medicina e pela neurociência.

O britânico Kevin Hill, de 57 anos, também teve uma EQM após sofrer uma hemorragia grave causada pela calcifilaxia, uma doença rara em que o cálcio se acumula nos pequenos vasos sanguíneos. Ele perdeu cinco litros de sangue e sofreu uma parada cardíaca.

Durante a tentativa de reanimação, Kevinrelata ter se visto fora do próprio corpo, observando tudo com clareza, mas sem medo.

"Eu não estava olhando para o meu corpo, mas estava separado dele. Era como se eu estivesse no reino espiritual. Eu estava consciente do que estava acontecendo, mas tinha muita paz. Eu sabia que estava sangrando. Eu sabia que era sério. A equipe entrava e saía para estancar o sangramento", contou ao jornal Daily Mirror.

"Eu sabia que tinha morrido. Eu estava separado do meu corpo. Então eu fui dormir e acordei, vivo e o sangramento havia parado", relatou.

Outro caso marcante aconteceu em 2021, com a americana Kirsty Bortoft. Ela foi encontrada inconsciente no sofá de casa, vítima de parada cardíaca. Declarada praticamente morta, ela descreve a experiência como transformadora.

"Percebi que você não morre, apenas o seu corpo segue em frente e que minha missão aqui ainda não acabou. Tudo muda quando você tem uma segunda chance na vida, e sei que não preciso ter medo de morrer de novo. Sem a escuridão, você não sabe o que é a luz, e acredito que estamos aqui para acordar, crescer e refinar nossas vibrações", disse em um vídeo que viralizou no TikTok.

Kirsty ainda relatou um episódio sobrenatural: uma amiga monge teria visto seu espírito pedindo ajuda, sem saber que ela estava no hospital.

"Ninguém, além da minha família, sabia o que estava acontecendo. A amiga ligou para a irmã de Kirsty e contou que a amiga (Kirsty) estava pedindo ajuda", relatou. "Ela disse que viu o meu espírito em sua sala e que eu estava pedindo para ela escrever listas para meus filhos e meu pai. Foi quando minha irmã contou a ela o que estava acontecendo", finalizou a americana.

Casos como o do americano Tony Davis também chamam a atenção. Cantor de blues, Tony foi baleado cinco vezes em uma rua de Los Angeles. Uma das balas atingiu uma artéria e ele foi declarado morto após meia hora sem batimentos cardíacos. Em um relato impressionante, Tony contou que, enquanto estava "morto", viu uma cidade magnífica em meio às nuvens, repleta de cores jamais vistas.

"Comecei a flutuar em direção às nuvens. Essas nuvens se abriram e através delas, vi essa cidade enorme. Era tão estranho, mas a cidade era linda. Vi essas cores que nunca tinha visto antes na minha vida, cores estranhas, brilhantes e radiantes", contou o cantor. "De repente, uma voz disse: 'Ainda não é a sua hora. Volte. Tony, seu trabalho ainda não acabou. Volte'", prosseguiu.

Pouco depois, Tony acordou no hospital, entubado, surpreendendo o médico que estava prestes a cobrir seu corpo com um lençol.

EQM e a Ciência

Apesar da dimensão espiritual atribuída por muitos, há quem veja as EQMs sob uma ótica puramente científica. Um estudo liderado por uma pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e apresentado em 2024 apontou que experiências de quase-morte, especialmente as traumáticas, podem provocar impactos psicológicos profundos e duradouros.

De acordo com o portal Extra, o estudo observou que tais experiências desafiam certezas existenciais e podem alterar drasticamente a forma como a pessoa conduz sua vida depois.

Um depoimento anônimo citado no levantamento descreve uma EQM que se assemelha a uma espécie de inferno. Um engenheiro de 42 anos relatou ter se afogado e, durante a parada, foi para um lugar escuro e sujo, onde ouviu gritos e viu pessoas acorrentadas sendo levadas por uma figura sombria. "Não gosto de contar isso porque ou acham que sou louco ou então acham que sou uma má pessoa por ter ido pra esse lugar. Eu acho que fui para o inferno. Nada nunca mais foi igual", disse.

Segundo os pesquisadores, as EQMs são "episódios de consciência desconectada", geralmente desencadeados por situações de ameaça física real ou potencial. Essas experiências ocorrem quando há queda drástica nos níveis de oxigênio no cérebro e aumento do dióxido de carbono, provocando acidose cerebral.

Esse desequilíbrio bioquímico estimula regiões como a junção temporoparietal e o lobo occipital, associadas à percepção corporal e visual. A liberação de neurotransmissores como serotonina, endorfinas e GABA pode causar alucinações vívidas e uma intensa sensação de paz.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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