Comissão vai ouvir parentes de Juscelino Kubitschek antes de investigação

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A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) anunciou na última sexta-feira, 14, que irá ouvir os familiares de Juscelino Kubitschek antes de reabrir a investigação sobre a morte do ex-presidente.JK faleceu em um acidente de carro na Via Dutra durante a ditadura militar, em um caso que ainda gera controvérsia.
Há diversas versões sobre o que levou o Opala - em que estavam Juscelino e seu motorista, Geraldo Ribeiro -, a perder o controle. A Dra. Maria Cecília Adão, relatora do caso, solicita que Geraldo seja incluído no procedimento como uma possível vítima.
A decisão da CEMDP, que conta com o apoio do Ministério dos Direitos Humanos, levanta a possibilidade de reconhecimento de novos casos de mortos e desaparecidos como vítimas da ditadura.
A comissão destaca a importância de consultar as famílias dos envolvidos e reafirma o compromisso de buscar a verdade histórica, sem que isso implique em qualquer tipo de indenização financeira.
"A possibilidade de rediscussão do caso em questão será dialogada com as famílias atingidas pelo fato e comprovada à luz da legislação vigente no tema memória e verdade", ressalta a comissão em nota.
Embasamento
Segundo 'O Globo', a reabertura do caso se baseia em um laudo do engenheiro e perito Sergio Ejzenberg, contratado pelo Ministério Público Federal e finalizado em 2019, que rejeita a ideia de que o desastre tenha sido causado por uma batida do Opala com um ônibus, antes do carro se chocar com uma carreta.
O laudo descartou a possibilidade de colisão entre o carro e o ônibus, mas ressalta que é impossível confirmar ou descartar a hipótese de atentado, visto que não há elementos materiais suficientes que permitam determinar a causa do acidente ou explicar a perda de controle do veículo.
Com base no laudo de Ejzenberg e após ser provocado pelo ex-vereador de São Paulo Gilberto Natalini, que liderou a Comissão Municipal da Verdade, o chefe da Assessoria Especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, tomou a decisão de reabrir o caso.
A morte de JK, ocorrida em 22 de agosto de 1976, é um dos episódios mais nebulosos da história do Brasil. A versão oficial da época, de que o acidente foi causado por uma colisão com um ônibus, é contestada por aqueles que acreditam em um atentado.


