Descoberta rara na Polônia pode dar novas pistas sobre revolta histórica no país

Aventuras Na História






Uma descoberta arqueológica recente nas florestas do leste da Polônia pode lançar nova luz sobre a luta histórica do país por independência no final do século XVIII. Fragmentos de um raro quepe militar, conhecido como shako, foram encontrados em maio de 2025 na área de Góry, na comuna de Rejowiec, distrito de Chełm, por dois detectores de metal: Krzysztof Fidler e Andrzej Kędzierawski.
Entre os fragmentos localizados estava um emblema estilizado de águia — com cerca de 12,8 cm por 11,5 cm — fixado a uma placa de latão arqueada, medindo aproximadamente 15 cm por 19 cm. A descoberta foi repercutida pelo portal Archaeology News.
A águia aparece com as asas erguidas, empunhando uma espada em uma das garras e coroada no topo da cabeça, posicionada sobre uma panóplia com bandeiras, granadas e balas de mosquete.
Origem
Conforme divulgou o portal, especialistas acreditam que o distintivo pertenceu a um soldado de infantaria do Exército da Coroa, possivelmente entre 1791 e 1794 — período que abrange a Guerra em Defesa da Constituição de 3 de Maio (1792) e a Revolta de Kościuszko (1794).
“O símbolo da águia começou a ser usado nos uniformes militares poloneses após as reformas de 1791”, explica ao Archaeology News o professor Maciej Trąbski, da Universidade Jan Długosz de Częstochowa, que analisou o item.
Segundo ele, o emblema descoberto possui elementos típicos do período, mas também características singulares, o que sugere que pode ter sido feito sob encomenda, talvez por ordem de um comandante de elite.
A ausência do monograma real “SAR” — comumente usado na época — e a presença da espada empunhada indicam que o distintivo pode ter pertencido a regimentos especiais, como os granadeiros liderados por figuras notáveis como o general Józef August Iliński ou Mikołaj Czapski.
Outro detalhe que reforça o valor histórico do achado é o local da descoberta: uma antiga rota militar entre Chełm e Lublin, utilizada por tropas polonesas nas campanhas de 1792 e na Revolta de Kościuszko.
A peça, considerada um artefato de valor excepcional, será incorporada à coleção do Museu Regional Wiktor Ambroziewicz, em Chełm, que abriga uma crescente seleção de itens ligados à história militar polonesa.


