Escavações em praça na Inglaterra revela séculos de história britânica
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Desde julho, arqueólogos vêm realizando uma série de descobertas sob a praça do Mercado de Leicester, na Inglaterra, que vem revelando mais sobre a história da região. No local, foi encontrada uma tumba romana com cerca de 2 mil anos, além de diversos outros artefatos que evidenciam a rica história do local.
O Mercado de Leicester tem sido um centro comercial ativo por séculos, reunindo vestígios que vão desde a era romana até estruturas medievais. As escavações, lideradas pelo Serviço Arqueológico da Universidade de Leicester (ULAS), começaram em julho, após a prefeitura dar início a um projeto de renovação na área.
Os arqueólogos têm identificado camadas significativas de ocupação humana que remontam ao domínio romano, iniciado com a invasão da Grã-Bretanha em 43 d.C. Durante as escavações, foram descobertas fundações de edificações romanas e uma variedade de objetos como cerâmicas, moedas e joias, incluindo tesselas utilizadas em mosaicos.
Gavin Speed, responsável pelas escavações, destacou a importância das descobertas: “O [edifício] mais antigo era uma estrutura de madeira, sob a qual encontramos o sepultamento de um bebê, colocado ali há cerca de 1.900 anos. Essa descoberta comovente oferece um vislumbre das vidas – e das mortes – dos habitantes romanos de Leicester”, afirmou em entrevista à BBC Leicester.

Diferentes períodos
Além das relíquias romanas, os arqueólogos também descobriram vestígios de um mercado medieval que inclui uma antiga masmorra. Este prédio é identificado como Gainsborough Chamber, um edifício cívico significativo que funcionou como prisão e tribunal. De acordo com registros históricos, sua primeira menção ocorreu em 1533 e sua demolição se deu por volta de 1748. Segundo comunicado do ULAS, a masmorra adjacente foi descrita como “uma prisão das mais vis” durante o reinado de Maria I da Inglaterra.
A escavação revelou ainda camadas mais profundas do solo que datam da era anglo-saxã (séculos 5 a 11), período que permanece pouco estudado na história local, segundo a Revista Galileu. Speed ressaltou que o estudo dessas camadas pode fornecer insights sobre como as comunidades da época interagiram com os vestígios da cidade romana anterior.
“É como olhar para uma fatia de bolo arqueológico: podemos ver várias superfícies do mercado, cada uma representando uma geração diferente e cerca de 800 anos de atividade comercial”, comentou o arqueólogo.

A ULAS continuará suas investigações nas obras de renovação do Mercado de Leicester até o final previsto para as intervenções em 2026, conforme informações do prefeito Peter Soulsby.