Exames confirmam morte por envenenamento de Alexei Navalny
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Yulia Navalnaya, viúva do opositor russo Alexei Navalny, declarou que dois laboratórios estrangeiros analisaram amostras biológicas do marido e concluíram que ele foi envenenado. Navalny morreu repentinamente em 16 de fevereiro de 2024, aos 47 anos, em uma prisão localizada no Círculo Polar Ártico, fato que privou a oposição russa de seu líder mais popular.
Em um vídeo publicado no X, Yulia afirmou que o material biológico foi contrabandeado para o exterior em 2024 e examinado por especialistas de dois países diferentes, ambos chegando à mesma conclusão. “Alexei foi morto. Mais especificamente, ele foi envenenado”, disse. Ela exigiu que os laboratórios publiquem os resultados, argumentando que se trata de informações de interesse público.
We managed to transfer Alexei’s biological materials abroad. Laboratories in two different countries conducted examinations. These laboratories, independently of each other, concluded that Alexei was poisoned. These results are of public importance and must be published. We all… pic.twitter.com/Sp8w1322gY
— Yulia Navalnaya (@yulia_navalnaya) September 17, 2025
O Kremlin rejeita as acusações e classifica os aliados de Navalny como “extremistas perigosos”. Questionado sobre as novas declarações, o porta-voz Dmitry Peskov disse não ter conhecimento do assunto. O presidente Vladimir Putin já havia comentado que, antes da morte do opositor, havia negociações em andamento para uma possível troca de prisioneiros com o Ocidente.
Alexei Navalny
Navalny tornou-se símbolo internacional de resistência ao regime russo. Em 2021, ele retornou voluntariamente ao país após tratamento na Alemanha, onde exames haviam revelado uma tentativa de envenenamento com um agente nervoso. Ao longo dos anos, descreveu a Rússia de Putin como um “Estado criminoso” e alertou para o risco de revolução caso a elite continuasse a alimentar corrupção e abusos de poder.
Em seu vídeo, Yulia também descreveu os últimos momentos de Navalny. Segundo ela, ele passou mal em uma pequena cela de exercícios, sentiu dores intensas no peito e no estômago, chegou a vomitar e depois foi transferido para uma cela de castigo. “Ele gemeu de dor, disse que seu corpo queimava por dentro”, relatou.
Segundo a CNN, a viúva ainda sugeriu que a verdade sobre a morte de Navalny seria incômoda não apenas para Moscou, mas também para alguns políticos ocidentais, sem, no entanto, citar nomes. Enquanto isso, relatórios de agências de inteligência dos EUA, divulgados em 2024, apontaram que Putin não teria ordenado diretamente a morte do opositor — um dado que alimenta ainda mais as controvérsias em torno do caso.
