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Gavião aprende a usar semáforo como estratégia de emboscada para caçar presas
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Gavião aprende a usar semáforo como estratégia de emboscada para caçar presas

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Aventuras Na História
27/05/2025 12h40
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16532970/original/open-uri20250527-19-16h9fr9?1748352342
©Getty Images
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Um gavião-galinha (Accipiter cooperi) desenvolveu um comportamento incomum ao adaptar sua estratégia de caça ao trânsito urbano de uma cidade dos Estados Unidos. O animal aprendeu a usar os sinais de trânsito e o fluxo de veículos para se camuflar e surpreender suas presas, em uma manobra descrita como altamente inteligente por pesquisadores da Universidade do Tennessee. O estudo foi publicado na revista científica Frontiers in Ethology.

Embora a espécie já seja conhecida por planejar emboscadas com base no padrão de movimento das presas, o novo comportamento marca um avanço no nível de complexidade das estratégias. Desde os anos 1970, gaviões-galinha passaram a habitar áreas urbanas, utilizando estruturas como telhados, janelas e becos para caçar. Agora, passam a incorporar semáforos e carros em suas táticas.

Segundo o portal Galileu, a pesquisa de campo foi conduzida pelo ecologista comportamental Vladimir Dinets, que acompanhou durante 12 horas diárias, ao longo de 18 dias úteis no inverno, um gavião em um cruzamento movimentado de West Orange, em Nova Jersey. Dinets registrou seis tentativas de ataque, todas elas iniciadas quando soavam os sinais sonoros dos semáforos destinados aos pedestres, que duravam entre 30 e 90 segundos.

Padrão de comportamento

O padrão era claro: o gavião permanecia imóvel enquanto os carros paravam no sinal vermelho e, ao escutar o aviso sonoro de travessia, voava rente à fileira de veículos, que funcionava como uma barreira visual entre ele e sua presa — geralmente pequenos pássaros como pardais, atraídos por migalhas deixadas por moradores em frente à casa número 2, dentro da área de observação.

As investidas começavam sempre da mesma árvore, em frente à casa 11, e se deslocavam para uma segunda posição estratégica, em frente à casa 1, de onde partia o ataque final. Das seis ações observadas, duas resultaram em mortes confirmadas: um pardal (Passer) e uma rola-carpideira (Zenaida macroura). No inverno seguinte, o mesmo comportamento foi registrado, possivelmente envolvendo a mesma ave.

Para Dinets, o padrão indica que o gavião possui um mapeamento preciso do ambiente e consegue associar estímulos sonoros ao comportamento do tráfego urbano. Segundo o pesquisador, essa inteligência estratégica não se limita à adaptação urbana, mas é parte das capacidades da espécie de lidar com ambientes complexos e em constante mudança.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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