Invasão zumbi das cigarras: Bilhões de insetos emergirão do solo nos EUA

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Prepare os ouvidos — e o coração — para um dos espetáculos mais estranhos e barulhentos da natureza. Bilhões de cigarras periódicas estão prestes a emergir do subsolo em 13 estados norte-americanos, incluindo Nova York, depois de passarem quase duas décadas se alimentando da seiva das árvores como ninfas adormecidas. Seu objetivo? Acasalar o mais rápido e o máximo possível antes de morrer.
Mas este ano, há um elemento ainda mais bizarro na equação. Um fungo assustador, chamado Massospora cicadina, está transformando muitas dessas cigarras em verdadeiros "zumbis do sexo", de acordo com cientistas que acompanham o fenômeno.
O parasita, que afeta tanto cigarras de 13 quanto de 17 anos, infecta os insetos ainda no estágio subterrâneo e, ao emergirem, substitui seus órgãos genitais por um tampão de esporos, ao mesmo tempo em que estimula um comportamento sexual frenético.
É sexo, drogas e zumbis", brinca o biólogo evolucionista John Cooley, da Universidade de Connecticut, à Scientific American.
Ele e outros especialistas têm acompanhado com fascínio a disseminação do fungo, que força as cigarras infectadas a imitar os sinais de acasalamento das fêmeas, mesmo quando são machos.
Isso atrai outros machos saudáveis, que ao tentarem copular, acabam infectados e perpetuam o ciclo fúngico. "Eles são induzidos a fazer isso o máximo que podem, pelo maior tempo possível, antes de sucumbirem", explica Floyd Shockley, entomologista do Smithsonian.
Problemas
O fenômeno, digno de um roteiro da série 'The Last of Us', traz à tona a bizarrice da natureza e também sua brutal eficiência evolutiva. Embora assustador, o surto das cigarras zumbificadas não representa risco direto aos humanos. "Elas não picam, não mordem e são completamente inofensivas", garante o especialista em cigarras Chris Simon, também da UConn.
No entanto, segundo o 'New York Post', o enxame pode ser um problema para árvores jovens, pois as fêmeas depositam seus ovos em galhos finos, que podem quebrar. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA recomenda proteger mudas com redes para evitar danos.
Enquanto isso, os americanos se preparam para algumas semanas de barulho ensurdecedor. O canto das cigarras, que pode ultrapassar 100 decibéis, serve como serenata de acasalamento e já causou ligações para a polícia em temporadas passadas.


