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Jane Fonda: A atriz americana que se tornou odiada por veteranos do Vietnã
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Jane Fonda: A atriz americana que se tornou odiada por veteranos do Vietnã

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Aventuras Na História
03/07/2025 21h00
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©Getty Images
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Embora seja sempre um dos conflitos armados mais lembrados que a humanidade presenciou no último século, a Segunda Guerra Mundial não foi a última. Após a derrota definitiva do Eixo, uma coalizão da Alemanha nazista com a Itália e o Japão, dois membros importantes dos Aliados tiveram vários momentos de atrito: os Estados Unidos e a União Soviética.

Desde pouco depois da queda da Alemanha Nazista, um período de grande tensão geopolítica e ideológica foi instaurado entre essas duas nações: a Guerra Fria. Nesse momento, elas se envolveram em uma intensa corrida armamentista, uma competição em áreas como tecnologia e exploração espacial e, também, disputas por influência em várias regiões.

Por exemplo, a capital nazista, Berlim, foi dividida pelo Muro de Berlim em duas partes: Ocidental, sob influência capitalista e associada aos Estados Unidos; e Oriental, sob domínio soviético.

O muro servia como uma barreira intransponível, com forças armadas em ambos os lados garantindo que ninguém atravessasse para o outro lado. O muro seguiu em pé por 28 anos, até sua queda em 9 de novembro de 1989.

Alemães celebrando a reunificação de Berlim / Crédito: Getty Images

Na Ásia, também ocorreram embates mais direto entre as duas nações: a Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953, com o Norte sendo apoiado pelos soviéticos — com apoio militar, material e técnico, mas não de forma oficial —, e o sul pelos Estados Unidos e pelas Nações Unidas; e a Guerra do Vietnã, entre 1955 e 1975, com o Vietnã do Norte sendo apoiado pela União Soviética e China, e o Vietnã do Sul pelos Estados Unidos e outros aliados.

Esse último mencionado, porém, hoje é lembrado como uma grande mancha na história americana, sendo uma das poucas guerras que os Estados Unidos perdeu. Embora tenha se prolongado por 20 anos, ela terminou com a vitória do Norte, após a queda de Saigon em 30 de abril de 1975. E nesse tempo, estima-se que cerca pelo menos 3 milhões de pessoas morreram, entre civis e combatentes.

Crianças fugindo após bombardeio americano com napalm em vila no Vietnã / Crédito: Getty Images

Curiosamente, apesar de o grande inimigo dos americanos na Guerra do Vietnã serem os vietcongues do norte, uma outra figura, dos Estados Unidos, gerou grande revolta entre veteranos: Jane Fonda. Entenda!

Manifestos antiguerra

Nascida no dia 21 de dezembro de 1937, Jane Seymour Fonda é uma estrela do teatro e do cinema dos Estados Unidos, com uma carreira que começou ainda na década de 1960.

Filha do lendário ator e oficial naval Henry Fonda, que atuou na Segunda Guerra Mundial, ela se tornou um grande símbolo de toda uma juventude norte-americana que, esgotada do sentimento de tensão que se prolongava há décadas, espalhava pelo país o discurso antiguerra.

Durante a década de 1970, Fonda foi uma proeminente manifestante antiguerra, focando principalmente nos direitos das tropas que serviam nas Forças Armadas, e dos americanos que queriam resistir ao recrutamento. Ela acabou associada principalmente ao movimento Veteranos do Vietnã Contra a Guerra, para o qual dedicou muito tempo e dinheiro.

Jane Fonda em fotografia após ser presa em 1970 / Crédito: Getty Images

Até certo ponto, Fonda era apenas mais uma celebridade que se manifestou contra a guerra, sendo um mero alvo de críticas de outros veteranos e líderes militares, como qualquer outro. Porém, tudo mudou em 1972.

Hanoi Jane

Naquele ano, Fondaviajou para Hanói, capital do Vietnã do Norte, onde visitou vilas, cidades e conheceu infraestruturas da região. Porém, o que aterrou sua fama foi uma série de fotos da viagem, em que ela pode ser vista sentada em uma bateria antiaérea do Exército norte-vietnamita — que, sem dúvidas, chegou a ser usada para atirar em aviadores americanos.

Por conta dessas fotos, que foram muito comentadas nos Estados Unidos, a atriz acabou sendo apelidada por muitos como "Hanoi Jane", e com isso ela conquistou também o ódio insaciável de vários veteranos do Vietnã, conforme repercute o Yahoo.

Jane Fonda em manifestações antiguerra / Crédito: Getty Images

Além disso, também correram vários rumores de que ela entregava mensagens secretas de prisioneiros de guerra aos seus captores, o que nunca foi verdade. Ainda assim, certamente já era tarde, e o ódio que muitos sentiriam por ela já estava semeado.

Arrependimento

Esse ódio se prolongou por décadas: em 2005, durante uma sessão de autógrafos, um veterano da Marinha chegou a cuspir tabaco em Fonda. Além disso, até hoje existem grupos no Facebook como "Por que odiamos Jane Fonda" e "Jane Fonda — cuspimos no seu túmulo"; e veteranos até mesmo já disseram que a atriz deveria ir também à Síria tirar fotos com o ISIS.

Jane Fonda / Crédito: Getty Images

Anos depois, em 2011, ela chegou a escrever que se arrependeu do ocorrido: "Há uma coisa que aconteceu enquanto estava no Vietnã do Norte da qual me arrependerei até o dia da minha morte. Permiti que me fotografassem em cima de um canhão antiaéreo vietnamita".

"Aconteceu no meu último dia em Hanói", continuou. "Não era incomum que americanos que visitavam o Vietnã do Norte fossem levados para ver instalações militares vietnamitas e, quando o faziam, eram sempre obrigados a usar um capacete como o que me disseram para usar durante os inúmeros ataques aéreos que presenciei".

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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