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O motivo que levou desafeto de Francisco a desistir de participar do Conclave
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O motivo que levou desafeto de Francisco a desistir de participar do Conclave

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Aventuras Na História
02/05/2025 19h00
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©Getty Images
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O enigma que pairava sobre as reuniões pré-conclave do Vaticano parece ter sido resolvido na última sexta-feira: o cardeal Giovanni Angelo Becciu, condenado por corrupção, não participará da eleição do próximo Papa. 

A exclusão do cardeal, até então alvo de intensos debates nos corredores da Santa Sé, teria sido sacramentada por meio de duas cartas deixadas pelo papa Francisco, segundo revelou o jornal italiano Domani.

As cartas reafirmam a decisão de Francisco de retirar de Becciu os direitos cardinalícios, entre eles o de votar em um conclave — ainda que ele tenha mantido o título de cardeal. 

Os documentos teriam sido usados pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, para convencer Becciu a abandonar sua tentativa de participar do processo de sucessão papal, conforme fontes próximas ao alto escalão do Vaticano.

Polêmicas

Ex-substituto da Secretaria de Estado e um dos primeiros colaboradores do Papa Francisco, Becciu foi destituído em 2020 após vir à tona seu envolvimento em um dos maiores escândalos financeiros da história recente da Igreja. 

No fim de 2023, foi condenado a cinco anos e meio de prisão por gestão fraudulenta e peculato no chamado “julgamento do século”, que pela primeira vez levou um alto funcionário da Santa Sé ao banco dos réus. 

Aos 77 anos, ele insiste em sua inocência e se declara vítima de uma justiça vaticana “injusta e parcial”, considerando-se um bode expiatório de manobras arquitetadas por seus adversários.

A queda de Becciu teve como pano de fundo um controverso investimento de 350 milhões de euros em um imóvel de luxo em Londres com fundos reservados da Secretaria de Estado, além de transferências suspeitas de dinheiro a familiares na Sardenha, repercute o Independent.

Após ser afastado do cargo de prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, o cardeal lançou uma ofensiva para limpar seu nome — que incluiu um processo contra a revista L’Espresso, responsável por revelar o escândalo, em que pediu uma indenização milionária alegando ter sido privado da chance de se tornar Papa.

Apesar da decisão formal do Papa e da exclusão de seu nome da lista oficial dos 135 cardeais eleitores com menos de 80 anos — divulgada pela Sala de Imprensa do Vaticano — Becciu iniciou uma movimentação nos bastidores, buscando apoio durante as congregações gerais preparatórias para o conclave. 

Nessas reuniões, abertas também a cardeais com mais de 80 anos, todos juram manter sigilo sobre os assuntos discutidos. Ainda assim, o caso Becciu se tornou, segundo fontes vaticanas, um “segredo aberto”, tendo dominado os debates desde o primeiro dia de encontro, na última terça-feira.

Com a revelação das cartas papais, a tentativa de Becciu de desafiar a sanção imposta por Francisco parece ter chegado ao fim — consolidando a exclusão de um dos personagens mais controversos do pontificado atual do processo que definirá o futuro da Igreja Católica.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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