Quase matou George Orwell: conheça o redemoinho de Corryvreckan, na Escócia

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Entre as ilhas de Jura e Scarba, na Escócia, somente os mais ousados e habilidosos podem navegar tranquilamente. Isso porque ali, naquelas águas, existe o imparável redemoinho de Corryvreckan, um dos maiores redemoinhos do mundo, que possui o nome de um antigo rei nórdico e ainda uma referência à velha lenda de uma bruxa que ali viveu.
Segundo a BBC Glasgow and West Scotland, o redemoinho é tão forte que seu rugido pode ser escutado a até 16 quilômetros de distância, além de suas águas revoltosas formarem ondas de até 9 metros de altura. Por isso, o Golfo de Corryvreckan é considerado como uma das passagens mais perigosas das Ilhas Britânicas.
Além do redemoinho de Corryvreckan, também configuram na lista dos maiores ou mais poderosos do mundo o Saltstraumen, na Noruega (este considerado o mair forte), o Old Sow, nos Estados Unidos (o maior do Hemisfério Ocidental), e os redemoinhos de Naruto, no Japão.

Porém, Corryvreckan ainda chama bastante atenção, principalmente pelas outras formas como é referido, como "caldeirão furioso", e também por uma história bastante inusitada envolvendo o escritor e ensaísta britânico-inglês George Orwell — autor de '1984' e 'A Revolução dos Bichos'.
Lenda de Corryvreckan
Segundo a tradição local, o Golfo de Corryvreckan recebeu esse nome em referência ao rei nórdico Breckan, que, nas lendas, ancorou seu barco no redemoinho da região durante três dias, para que pudesse provar seu valor a um chefe escocês, cuja filha ele queria se casar.
Para esse feito, ele utilizou três cordas para ancorar a embarcação: uma de cânhamo, uma de lã e outra de cabelo de virgens — porém, esta terceira acabou se rompendo, o que resultou em sua morte, pois uma das mulheres cujo cabelo foi utilizado era "impura".
"Corry", do nome do golfo, por sua vez, se deriva da palavra gaélica para "caldeirão", "coire", repercute o Live Science. Dessa forma, "Corryvreckan" pode ser entendido como "o caldeirão de Breckan".
Correntes furiosas
Um redemoinho é formado por correntes oceânicas que contornam as costas leste e oeste de Jura, mas antes de se encontrarem na ponta ao norte da ilha, no Golfo de Corryvreckan.
Dessa forma, o golfo atua como uma espécie de funil na área, o que força as águas para o estreito entre Jura e Scarba, o que eleva a velocidade das correntes para até 16 km/h, segundo a Associação Universitária de Pesquisa Espacial (USRA).

Além disso, devido a um enorme buraco na extremidade leste do golfo, um pilar subaquático de rocha basáltica próximo a Scarba, cria-se na área um movimento giratório, que empurra a água para baixo e depois para cima.
Esse buraco possui 220 metros de profundidade, e esse pilar que é conhecido como "Velha Bruxa", devido a contos folclóricos de que uma bruxa vivia ali, se eleva de uma profundidade de 70 metros a 29 metros abaixo da superfície.
Havendo uma bruxa ali ou não, fato é que o golfo é digno de ser considerado "amaldiçoado" pelas águas. Tanto que, em um fatídico episódio em 1947, o escritor britânico George Orwell e seu filho, Richard, quase se afogaram durante um passeio de barco em torno de Jura. Na época, eles moravam na ilha, e Orwell escrevia '1984'; mas felizmente foram resgatados por pescadores, segundo a BBC.


