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Suposta charge retratando Maomé gera confrontos e prisões na Turquia
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Suposta charge retratando Maomé gera confrontos e prisões na Turquia

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Aventuras Na História
01/07/2025 20h30
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16553008/original/open-uri20250701-35-18mcs07?1751402108
©Reprodução/Vídeo/YouTube/@WION
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A polícia turca enfrentou manifestantes em Istambul após o promotor-chefe da cidade ordenar a prisão de editores da revista LeMan, que é conhecida por seu conteúdo satírico. O editor-chefe da publicação, Tuncay Akgun, negou as acusações e afirmou que a imagem em questão foi interpretada de forma equivocada.

Os confrontos tiveram início na manhã de segunda-feira, 30, quando autoridades policiais utilizaram balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar um grupo de manifestantes que se mobilizou em resposta a alegações de que a revista havia publicado uma caricatura do profeta Maomé.

O promotor de Istambul justificou as prisões com base na alegação de que a revista publicou uma charge que "insultava publicamente valores religiosos". Em defesa da revista, Akgun esclareceu que a caricatura não se referia ao profeta Maomé. "A figura retrata um muçulmano fictício, nomeado Maomé, que foi vítima de bombardeios israelenses. É importante lembrar que mais de 200 milhões de pessoas no mundo islâmico têm o nome Maomé", afirmou à Agence France-Presse.

Essa caricatura não tem relação alguma com o profeta Maomé. Nunca correríamos tal risco", ressaltou Akgun.

Com a divulgação das notícias sobre as prisões, um grupo de manifestantes enfurecidos atacou um bar frequentemente frequentado por funcionários da LeMan no centro de Istambul, resultando em violentos confrontos com a polícia, segundo um correspondente da AFP. Inicialmente envolvendo cerca de 50 pessoas, os conflitos logo escalaram para uma multidão entre 250 e 300 indivíduos, informa o The Guardian.

Histórico incômodo

Fundada em 1991, a revista LeMan ganhou notoriedade por suas sátiras políticas e se tornou alvo constante dos conservadores, especialmente após expressar apoio à revista Charlie Hebdo, que sofreu um ataque mortal por extremistas islâmicos em 2015 devido à publicação de caricaturas do profeta Maomé.

O ministro do Interior da Turquia, Ali Yerlikaya, informou via rede social X que o cartunista responsável pela imagem e o designer gráfico da revista foram detidos. "O indivíduo conhecido como DP, responsável por esse desenho vil, foi capturado e levado sob custódia", escreveu Yerlikaya. Ele acrescentou: "Esses indivíduos sem vergonha serão responsabilizados perante a lei." Outros editores da LeMan também constam na ordem de prisão.

Através de uma série de postagens no X, a revista defendeu sua posição sobre a caricatura e acusou uma interpretação maliciosa visando provocar reações adversas. "O cartunista buscava retratar a justiça do povo muçulmano oprimido ao ilustrar um muçulmano morto por Israel; nunca teve a intenção de menosprezar valores religiosos", afirmou. A publicação ainda pediu desculpas aos leitores que possam ter sido influenciados por provocações externas.

O ministro da Justiça da Turquia, Yilmaz Tunc, anunciou o início de uma investigação com base nas alegações de "insulto público aos valores religiosos". Em uma postagem no X, Tunc declarou: "Desrespeito às nossas crenças nunca será aceitável. Nenhuma liberdade permite fazer das sagradas crenças objeto de humor ofensivo. A caricatura ou qualquer representação visual do nosso profeta prejudica não apenas nossos valores religiosos, mas também a paz social".

O governador de Istambul, Davut Gul, também criticou o que chamou de mentalidade provocadora que ataca valores sagrados da sociedade. "Não permaneceremos em silêncio diante de qualquer ato vil direcionado à fé do nosso povo", afirmou.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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