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Trechos inéditos do diário de Virginia Giuffre, que acusou Epstein, são divulgados
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Trechos inéditos do diário de Virginia Giuffre, que acusou Epstein, são divulgados

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Aventuras Na História
02/07/2025 15h33
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16553539/original/open-uri20250702-36-17leer3?1751470509
©Reprodução/US District Court - Southern District of New York (SDNY)
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Trechos inéditos do diário de Virginia Giuffre, mulher que acusou Jeffrey Epstein e o príncipe Andrew de crimes sexuais, foram divulgados nesta semana pelo jornal The Times. O material, entregue por seu irmão, Sky Roberts, inclui anotações pessoais e imagens que ajudam a reconstruir os meses finais da vida de Virginia, encontrada morta em abril, aos 41 anos, em sua casa na Austrália. A polícia trata o caso como suicídio.

Giuffre ficou conhecida mundialmente ao denunciar, ainda nos anos 2000, que havia sido traficada sexualmente por Epstein e Ghislaine Maxwell quando era adolescente. Ela alegou que, entre os abusos, foi forçada a manter relações sexuais com o príncipe Andrew, do Reino Unido — o que resultou, anos depois, em um acordo extrajudicial milionário com o filho da rainha Elizabeth II.

A denúncia foi central para expor a rede de exploração sexual de Epstein, que morreu na prisão em 2019 em circunstâncias controversas. Apesar da visibilidade pública e do papel importante na responsabilização de figuras poderosas, os últimos meses de Virginia foram marcados por isolamento e sofrimento.

Os relatos em seu diário indicam que ela vinha enfrentando uma crise pessoal intensa, agravada pelo fim conturbado do casamento de 22 anos com Robert Giuffre. De acordo com sua cunhada, Amanda Roberts, a advogada e ativista “enfrentou homens poderosos como Epstein e Andrew, mas sua batalha mais difícil aconteceu dentro de casa”.

Violência doméstica

Virginia relatava abusos físicos e psicológicos do ex-marido, que teria deixado a casa em agosto de 2023 levando os três filhos do casal — de 19, 16 e 15 anos. Na época, ela afirmou em um comunicado à revista People que havia conseguido escapar de um “casamento violento”, algo que não conseguiu fazer durante os anos em que foi explorada por Epstein.

“Consegui me defender contra Ghislaine Maxwell e Jeffrey Epstein, que abusaram de mim e me traficaram, Mas não consegui escapar da violência doméstica no meu casamento até recentemente. Depois da última agressão física do meu marido, não consigo mais ficar em silêncio”, escreveu.

Após essa denúncia, Robert Giuffre obteve uma ordem de restrição contra ela, alegando que Virginia havia se tornado agressiva. Nos trechos do diário, porém, ela descreve o ex-marido como “emocional e fisicamente controlador” e relata episódios de ciúmes, vigilância e isolamento.

Quanto mais forte eu me tornava, mais assustador ele se tornava. Em vez de elogiar as conquistas da esposa, ele começou a sentir ciúmes, tentando me fazer parar de defender as vítimas de tráfico.”

Segundo os registros, Virginia foi impedida de ter contato com dois dos filhos durante seis meses por força de decisão judicial. A saudade deles é uma constante nas anotações: “Para as crianças. Cada dia que não vejo seus rostos tem um pouco menos de luz. O mundo fica mais escuro sem vocês nele.”

Em fevereiro, semanas antes da morte, Virginia publicou nas redes sociais uma imagem em que aparecia com hematomas e afirmou que havia sofrido um acidente de ônibus, dizendo ter apenas “quatro dias de vida” e pedindo para ver os filhos. A versão foi desmentida por autoridades e testemunhas, e o advogado da família reconheceu que a postagem havia sido um erro.

Ainda assim, o episódio demonstrou o estado de desespero em que ela se encontrava. No diário, escreveu: “Eu me tornei uma prisioneira.” O conteúdo do caderno foi entregue à imprensa com o objetivo de mostrar que, apesar da imagem pública de força e coragem, Virginia ainda enfrentava batalhas privadas — algumas das quais, segundo seus familiares, nunca teve a chance de contar.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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