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Vasos sanguíneos são encontrados preservados em costela de T. Rex
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Vasos sanguíneos são encontrados preservados em costela de T. Rex

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Aventuras Na História
16/07/2025 13h13
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16562496/original/open-uri20250716-36-6lww6l?1752675313
©Wikimedia Commons/Muhsatteb
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Paleontólogos fizeram uma descoberta impressionante nas terras canadenses no ano de 1991: os fósseis de um gigantesco Tyrannosaurus rex, que teria vivido há cerca de 66 milhões de anos. Com cerca de 9 toneladas, o animal recebeu o apelido de "Scotty" e passou a ser considerado o maior e mais longevo exemplar da espécie já encontrado.

Hoje, uma réplica de seu esqueleto é exibida no Royal Saskatchewan Museum, atraindo olhares curiosos de visitantes. Mas, nos bastidores, os ossos de Scotty ainda estão revelando detalhes fascinantes sobre a vida dos dinossauros no período Cretáceo.

Recentemente, cientistas encontraram vasos sanguíneos fossilizados preservados dentro de uma das costelas de Scotty, um achado extremamente raro. A descoberta foi descrita em um artigo publicado na revista Scientific Reports, com potencial de oferecer novas pistas sobre como esses gigantes pré-históricos lidavam com ferimentos e processos de cura.

A investigação começou em 2019, quando Jerit Mitchell, então estudante de graduação da Universidade de Regina, no Canadá, analisava imagens de uma costela de Scotty e notou algo incomum. Uma estrutura estranha no interior do osso chamou sua atenção. Após consultar seus orientadores, levantou-se a hipótese de que se tratavam de vasos sanguíneos fossilizados — o que abriu caminho para uma pesquisa mais aprofundada.

"Normalmente, o que é preservado no registro fóssil são apenas as partes duras - apenas os ossos ou os dentes", explicou Mitchell em entrevista à CBC News. "Mas podemos realmente ter os tecidos moles preservados em raras circunstâncias, e isso pode nos dizer muito mais sobre como os dinossauros viveram há milhões de anos", prosseguiu, segundo a revista Smithsonian.

Hoje doutorando em física, Mitchell e sua equipe usaram imagens de raios-X síncrotron — uma técnica avançada e não invasiva — para criar um modelo 3D do osso e dos tecidos internos. Isso permitiu que eles observassem a estrutura sem danificar o fóssil. Em seguida, realizaram análises químicas que identificaram cálcio como o principal elemento nos ossos, enquanto ferro e manganês foram encontrados nos vasos sanguíneos preservados.

Sinais de cicatrização

A pesquisa revelou que a costela de Scotty apresentava sinais de cicatrização de uma fratura, provavelmente resultado de uma luta com outro dinossauro. Essa conclusão reforça descobertas anteriores de que tiranossauros maduros muitas vezes entravam em confrontos violentos, deixando marcas de mordidas e ferimentos nos fósseis.

Segundo os pesquisadores, a lesão de Scotty ainda estava em processo de cicatrização no momento de sua morte. Esse processo de cura incompleto pode ter sido crucial para a preservação dos vasos sanguíneos, já que o aumento do fluxo sanguíneo na região lesionada pode ter favorecido a fossilização dessa estrutura delicada.

"Estruturas de vasos sanguíneos preservadas, como encontramos na costela de Scotty, parecem ligadas a áreas onde o osso estava cicatrizando. Isso ocorre porque, durante o processo de cicatrização, essas áreas aumentaram o fluxo sanguíneo para elas", explicou Mauricio Barbi, físico e coautor do estudo.

Com esse avanço, os cientistas esperam aplicar métodos semelhantes a outros fósseis do período Cretáceo. Com uma amostra maior, seria possível comparar os processos de cura de dinossauros com os de animais atuais, como aves e crocodilos — seus parentes evolutivos mais próximos —, ampliando a compreensão sobre a biologia e evolução da vida na Terra.

A pesquisa também levanta uma importante reflexão: talvez seja hora de reexaminar fósseis antigos com as tecnologias mais modernas disponíveis.

Jordan Mallon, paleontólogo do Museu Canadense da Natureza, que não participou do estudo, reforça essa ideia: "Durante séculos, pensou-se que não havia efetivamente nenhum vestígio de tecido biológico em um fóssil – que não deveria haver. E, no entanto, à medida que começamos a colocar essas coisas sob o microscópio e examiná-las com novas técnicas, e olhá-los com mais profundidade, verifica-se que o processo de fossilização não é tão simples - ou talvez não tão rápido - quanto pensávamos que seria."

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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